O escritor e jornalista Manuel Fernandes Vicente vai apresentar amanha, sexta-feira, 1 de dezembro, às 16h 30, no Cineteatro São João, no Entroncamento, o seu novo livro A Tentação do Mar, uma obra em que o autor recorre a pequenas histórias cheias de grandes temas e convicções para discorrer sobre a relação histórica, atual e também perspetivada para o futuro entre Portugal e o Mar.

“Portugal e os Portugueses foram grandes nos oceanos e com os Descobrimentos, fruto de muitas vicissitudes e circunstâncias históricas, mas em que a alma marítima e líderes carismáticos, a invenção de novas tecnologias náuticas, a epopeia carregada de coragem e de mitos, e a abnegação e o sofrimento do povo prevaleceram.

O que se fez há cinco séculos, e diversas vezes mais, antes e depois disso, tornaram o país respeitado e reconhecido como um grande em todo o mundo, e não só por em Tordesilhas termos dividido com a Coroa de Castela ‘as terras descobertas e por descobrir’, escreve o autor logo na introdução ao livro. E acrescenta, logo depois: “Foram visionários, heróis, aventureiros, cosmógrafos, pilotos de caravelas e galeões, conquistadores e exploradores como o Infante D. Henrique, Bartolomeu Dias, Pêro de Alenquer, Vasco da Gama, Gaspar Corte-Real, Pedro Álvares Cabral, Gil Eannes, Afonso de Albuquerque, Fernão de Magalhães e muitos mareantes que Sagres, Lagos, Sines, o Padrão dos Descobrimentos e outros locais com espírito ou viram partir ou ainda celebram com paixão”.

Neste livro, o sétimo lançado por Manuel Fernandes Vicente, que foi professor de Matemática no Entroncamento durante mais de três décadas e jornalista do Público, o autor discorre pelo fascínio com que o mar sempre tentou os Portugueses, uma ligação antiga e histórica que esteve na origem das grandes gestas entre continentes, mas também volta à atualidade com o enorme desafio da Plataforma Continental atlântica que está destinada a Portugal, e que o poderá tornar grande entre os maiores.

De resto, a Economia do Mar e todas as interdisciplinaridades que está a desenvolver na forma de se manter sustentável estão já na agenda das preocupações das nações marítimas e de todos os atores que no futuro irão procurar posicionar-se em relação a ela. Mas, se é real, que estas aspirações e preocupações estão presentes em A Tentação do Mar, o autor foi calcorreando também boa parte da costa portuguesa para por aí procurar as suas pequenas e quase paroquiais histórias, reais ou semilendárias, que nem sempre serão conhecidas, apesar de merecerem quase sempre ser contadas. E isso aconteceu desde os mistérios singulares da Ínsua, na foz do Rio Minho, à Praia da Apúlia, e dos “homens de respeito” da Póvoa de Varzim às histórias inesquecíveis do navio-hospital Gil Eannes, à magia do Senhor da Pedra, às finisterras da Nazaré e de Sagres, à insubmissão de Olhão e a tantos outros episódios que tanto relatam o espírito dos lugares, como também a forma como para eles, com todas as circunstâncias ditadas por um momento, o escritor as olhou.

A Tentação do Mar, um volume que se estende por quase 600 páginas e que integra algumas dezenas de fotografias com que o mar se refrata na costa portuguesa, mostra a história e o futuro, mas também a diversidade enorme e o contraste de formas com Portugal continua a estabelecer a sua relação oceânica. Disso dá conta a forma como o autor organizou a distribuição dos temas que aglutinam os diversos textos. E assim surgem os capítulos relativos às Fainas, Finisterras, Geossítios, Heranças, Missões e outros, onde também se integram histórias de vida de pessoas, que por distintas razões, têm algo de nobre e mais ou menos pessoal para contar, algo que também os torna como mareantes da saga lusíada.

Escreve Lurdes Pires Marques no seu prefácio à obra: “O autor observa para compreender e leva o tempo que for preciso para perceber as relações entre espaços e pessoas, para perceber a simbiose natureza – espaço/gentes e, tal como o templo integra a dimensão da salvação, também esse caminhar deste viajante, que dá estas páginas mágicas, tem também uma dimensão salvífica – é um trabalho de preservação da memória”. E pouco depois: “E este é um caso sério de escrita: elegante, rica e variada de sintaxe e vocabulário, polvilhada de recursos estilísticos, testemunhando a beleza da nossa língua. De certa maneira a escrita de Manuel Fernandes Vicente é de intervenção, uma espécie de grito contra a escrita telegráfica, pobre que, certamente diminuirá o raciocínio, o que terá custos irreparáveis no futuro”.

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