Colocar a gestão da água no topo da agenda política em 2024 e conferir à água o verdadeiro valor que a mesma representa para a vida são duas das conclusões no relatório final do ENEG – Encontro Nacional de Entidades Gestoras de Água e de Saneamento que decorreu no final de Novembro, em Gondomar.

A AR-ÁGUAS DO RIBATEJO EIM levou vários contributos ao debate que juntou 1163 participantes e onde foram apresentadas 240 comunicações, onde se incluem os contributos de Margarida Sousa e Tiago Moço, técnicos da AR.

A técnica do Gabinete de Qualidade da AR abordou a importância do controlo operacional para assegurar a qualidade da água e das águas residuais.

Tiago Moço, do Departamento de Produção e Tratamento apresentou um caso de estudo sobre remoção de arsénio de águas de origem subterrânea em sistemas de tratamento com base na coagulação e floculação.

Ambas as acções despertaram o debate com várias intervenções de técnicos e investigadores do sector.

Sob o mote “Um grito pela Água!”, o ENEG reforçou o sentimento de inquietude de quem vive o sector com desafios prementes como a gestão dos recursos hídricos, a necessidade de atrair mais talento, o financiamento e o derradeiro combate às alterações climáticas que provam que o caminho a percorrer é longo e sinuoso. “Uma missão mais difícil quando o PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) depreciou o sector da água”, revela o relatório de conclusões do ENEG.

O Presidente do Conselho de Administração da AR, Francisco Oliveira é o Presidente da Assembleia Geral da APDA Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas, entidade organizadora do ENEG.

O autarca destaca as mais valias de juntar centenas de actores do sector a debater o seu futuro.

“É fundamental ter acesso ao conhecimento e à inovação.  Toda esta troca de experiências que o ENEG proporciona ajuda-nos a perceber melhor os problemas e a encontrar soluções.”, adianta Francisco Oliveira.

Portugal, à semelhança do resto do Mundo, tem vindo a ser alvo de eventos extremos, para além de registar temperaturas cada vez mais elevadas que, consequentemente, implicam um maior consumo de água.

Miguel Carrinho, Diretor Geral da AR e membro da comissão científica do ENEG considerou que a participação da AR permitiu levar a sua experiência ao maior fórum do setor e obter informação fundamental para continuar na linha da inovação que tem caracterizado o percurso da AR com um modelo de gestão pioneiro na congregação da gestão em alta e em baixa.

O responsável executivo da AR elege como prioridade para 2024 a garantia da sustentabilidade da empresa com um tarifário socialmente justo e sem comprometer investimentos nomeadamente na redução das perdas de água que se cifram nos 30% no universo da AR. “Estamos a fazer a substituição gradual das redes de abastecimento com investimentos significativos suportados maioritariamente por capitais próprios”, adiantou.

O recurso a fontes de energia amigas do ambiente com poupanças significativas nos custos de produção é outra aposta que consta no plano de ação da AR para 2024. A empresa irá reforçar o investimento na formação dos seus 195 colaboradores e criar incentivos à continuidade e reforço do desempenho com eficácia.

Uma equipa da AR participou no Campeonato Nacional de Ramais em Carga alcançando um honroso sexto lugar no Pipe Contest onde o rigor, a técnica e a celeridade foram testados na montagem de um ramal em carga.

As perdas de água foram apontadas no ENEG como uma das questões mais críticas na rede de abastecimento nacional, onde a realidade do país, ainda se depara com entidades gestoras que registam cerca de 50% de perdas de água.

O combate aos desafios do setor assenta nos três T’s: Taxas, Tarifas e Transferências, como recomenda a OCDE, sendo que o investimento necessário não é possível sem tarifas adequadas, contudo, ficou claro que o ónus não pode recair apenas sobre o consumidor, vislumbrando-se uma vertente mais empresarial para o setor.

Outra das situações preocupantes em Portugal é o facto de existirem consumidores a optarem pelo uso da água do poço ou furo, raramente licenciados e controlados, ao invés de aderirem à rede pública de abastecimento de água, uma situação que leva à existência de redes de abastecimento paralelas, que exponencia a mistura das águas, implicando um risco efetivo para a saúde pública.

As principais conclusões do ENEG 2023 remetem-nos para o repensar do verdadeiro valor da água em toda a sua cadeia de produção, distribuição e uso eficiente, elevando a importância e a ação das entidades gestoras, bem como a consciência do consumidor, seja doméstico ou em larga escala. O grito pela água foi dado, passemos agora às ações concretas!

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