O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, considerou que hoje foi “um dia importante” para a região e assegurou que o concelho está preparado para receber o futuro aeroporto de Lisboa.

Carlos Coutinho (CDU) realçou ainda a importância do trabalho da comissão técnica independente (CTI) para que, mais de 50 anos depois, seja finalmente tomada “uma boa solução política”, após o anúncio das hipóteses do Campo de Tiro da Força Aérea (distrito de Santarém) e também de Vendas Novas (no distrito de Évora) como as melhores opções para a localização do novo aeroporto de Lisboa.

“Será importante para aquilo que vai ser a decisão política, porque a necessidade de avançamos para um novo aeroporto é incontornável”, disse, destacando que o trabalho da comunidade científica e técnica foi credível, isento, transparente e “de grande profundidade”.

“Eu direi que, como ficou evidente, o Campo de Tiro, na generalidade dos itens que estavam a ser apreciados, ficou classificado no primeiro lugar ou no segundo lugar, e, portanto, a análise global aponta o Campo de Tiro como a solução mais favorável para a construção de um novo aeroporto”, acrescentou.

O Campo de Tiro da Força Aérea, também conhecido como Campo de Tiro de Alcochete, na realidade “não tem na localização nenhum centímetro quadrado do município de Alcochete”, ficando localizado maioritariamente na freguesia de Samora Correia, no concelho de Benavente, além de uma pequena parte na freguesia de Canha, já no município do Montijo (distrito de Setúbal), esclareceu o autarca, que espera que agora “esta confusão” seja esclarecida.

O município ribatejano, com cerca de 521 metros quadrados, fica na fronteira do distrito de Santarém com a Área Metropolitana de Lisboa (AML) e a menos de meia hora da entrada em Lisboa.

“Deveremos ter nesta altura cerca de 600 hectares disponíveis para realização de atividades económicas e, aliás, o município, mesmo sem o aeroporto, tem uma dinâmica de crescimento muito significativa. Nós, na última década, crescemos mais de 70% no volume de negócios e crescemos mais de 300% nas exportações. […] Não temos dúvidas de que uma infraestrutura como o aeroporto será muito impactante não só para Benavente, como para toda a região como um fator de desenvolvimento”, afirmou.

Carlos Coutinho sublinhou ainda que, mesmo com aeroporto, pretende um modelo de “desenvolvimento equilibrado e sustentável” e assegurou que o município está preparado para isso.

“Eu sempre defendi o meu território, a minha terra, naquilo que é a sua identidade, e a sua identidade está muito ligada ao próprio território, às questões ambientais, à floresta, à área agrícola, e, por conseguinte, isso é algo que eu também não quero perder. Não vejo o concelho com outras características. Agora, o nosso ordenamento do território permite que tenhamos no nosso perímetro urbano ainda muita capacidade para crescer em termos residenciais e em termos económicos também”, sublinhou, destacando existirem “condições para a construção do novo aeroporto sem que a condição humana possa ser afetada”.

Campo de Tiro de Alcochete e Vendas Novas, em Évora, são as duas opções identificadas pela comissão técnica independente como viáveis para um novo aeroporto, juntamente com Humberto Delgado até ser possível passar para infraestrutura única, foi hoje anunciado.

De acordo com o relatório preliminar da comissão técnica independente responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa, que estudou nove opções, são viáveis as soluções Humberto Delgado + Campo de Tiro de Alcochete, até ficar unicamente Alcochete com o mínimo de duas pistas, bem como Humberto Delgado + Vendas Novas, até ficar unicamente Vendas Novas, também com um mínimo de duas pistas.

Já as opções Humberto Delgado + Montijo e Montijo como ‘hub’ foram classificadas como “inviáveis para um ‘hub’ intercontinental”, por razões aeronáuticas, ambientais e económico-financeiras “devido à sua capacidade limitada para expandir a conectividade aérea”.

Humberto Delgado + Santarém e Santarém como aeroporto único “não são opção por razões aeronáuticas (de navegação aérea)”, apontou a CTI.

O relatório entrará em consulta pública durante 30 dias úteis, prazo findo o qual a CTI, após avaliar “a racionalidade, o mérito, a oportunidade e a pertinência técnica de cada um desses contributos, à luz dos fatores críticos para a decisão”, fará então o relatório final.

Com a elaboração deste relatório final ficará concluído o mandato da CTI.

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