Pedro Lopes, conhecido artisticamente como Moco, apresenta o seu primeiro álbum homónimo, um disco que reflete a sua evolução desde o EP Começar. Com influências de The Beatles, Neil Young, Jorge Palma e Rui Veloso, o cantautor natural de Torres Novas construiu um trabalho intimista, com arranjos minimalistas e um forte compromisso com a simplicidade das canções. O single “Campismo Selvagem” é uma homenagem à liberdade das viagens e às histórias inacabadas da vida. Em entrevista ao Correio do Ribatejo, Moco fala sobre o seu percurso, as suas inspirações e os próximos desafios, que passam pela promoção do álbum e pela vontade de o apresentar ao vivo.

O seu percurso musical começou com o EP “Começar”, e agora lança o primeiro álbum homónimo. Como descreve este percurso e evolução até aqui?

O primeiro EP permitiu passar por todas as fases de produção de um disco, desde as decisões de composição de cada canção à captação dos instrumentos e vozes, mistura e masterização. 

Na gravação das novas músicas sinto que o processo foi muito mais objectivo e as decisões mais fáceis de tomar, graças à experiência do primeiro EP. 

O álbum “Moco” é descrito como um trabalho intimista e com arranjos minimalistas. Como foi o processo de composição e produção deste disco?

Todas as músicas nasceram com a letra em primeiro lugar, seguido de uma ideia de melodia e harmonia à guitarra. Ao adicionar novas camadas de outros instrumentos, nascem as introduções, os solos, os finais, etc. 

Dependendo da atmosfera da música, a guitarra onde nasceu a ideia inicial pode desaparecer, como é o caso da música “Um minuto”, onde o piano acabou por assumir o papel principal. 

Tento sempre que seja a intuição a guiar o processo criativo para não forçar as mudanças ou perder a essência da música. Penso que nas 10 canções do álbum conseguimos manter a simplicidade da ideia inicial e melhorá-la com os arranjos.

O single “Campismo Selvagem” é inspirado em relações e mudanças inesperadas. Qual a história por trás desta canção e o que quis transmitir com ela?

Sempre gostei de acampar e imaginar as viagens que posso fazer pelo mundo só com uma mochila às costas e uma boa companhia. Já fiz algumas, mas ainda espero fazer uma grande viagem dessa forma ou de autocaravana. Das últimas vezes que tenho planeado essa viagem maior, algo inesperado acontece e falta o tempo ou a companhia.

A música foi escrita no início de um Verão, e é inspirada nessa vontade de aventura incompatível com os imprevistos da vida. A letra é um misto de realidade e ficção, da perspectiva de uma relação que terminou, da memória de viagens vividas e das que estão por viver.

As suas influências musicais incluem nomes como The Beatles, Neil Young, Jorge Palma e Rui Veloso. Como é que estas referências moldaram a sua identidade musical?

Sinto que me identifiquei muito com as músicas destes artistas/bandas, desde a primeira vez que os ouvi desde os meus 14 anos de idade, mais ou menos. Foi nessa altura que comecei a aprender a tocar guitarra, e aprendi com eles a olhar para as canções como histórias, a transformar poemas em canções, a prestar atenção ao ritmo das palavras, etc.

Tenho muitas referências diferentes e estou sempre a descobrir novos artistas que me inspiram, mas sinto que estes em especial me moldaram em relação à escrita de letras e interpretação.

O que podemos esperar do futuro de Moco? Haverá concertos, novos lançamentos ou projectos paralelos?

Neste momento, estamos focados na promoção do novo álbum. Queremos muito apresentá-lo ao vivo e estamos receptivos a convites para concertos em diferentes formatos, em pequenas ou grandes salas de espectáculos. Estamos a colaborar com a Osga – Produtora & Agência Musical, na planificação de sessões e concertos de apresentação do álbum. 

A nível criativo, contínuo a escrever novas canções e já estou a trabalhar em estúdio num novo single. Para já, só posso adiantar que será um dueto. 

Um título para o livro da sua vida? 

À descoberta.

Viagem? 

Nova Zelândia.

Música? 

“Trouble So Hard” de Vera Hall, à capela.

Quais os seus hobbies preferidos? 

Tocar guitarra e cantar; correr; viajar.

Se pudesse alterar um facto da história, qual escolheria? 

Prefiro não mexer na história, mas aprender com ela.

Se um dia tivesse de entrar num filme, que género preferiria? 

Biográfico.

O que mais aprecia nas pessoas? 

A honestidade.

O que mais detesta nelas? 

A falsidade e ganância.

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