O segundo e último dia da greve dos médicos de Lisboa e Vale do Tejo registou até às 09:30 uma adesão de 90% nos blocos operatórios e nos centros de saúde, disse à Lusa fonte sindical.

Em declarações à Lusa, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que convocou a paralisação, adiantou que os dados disponíveis às 09:30 apontam para 90% de adesão à greve nos blocos operatórios e centros de saúde e nas consultas hospitalares entre 75 e 80%.

“Os primeiros dados disponíveis são no sentido de haver um ligeiro aumento da adesão à greve, nomeadamente no Hospital de Santarém, no Hospital D. Estefânia, em Lisboa, e no Hospital de Abrantes, onde os blocos estão totalmente encerrados”, adiantou Jorge Roque da Cunha.

De acordo com o secretário-geral do SIM, no Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) 90% dos blocos operatórios estão encerrados, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, 80%.

“Nas consultas externas também se aproximam de 80% e em relação aos cuidados de saúde primários perto dos 90%. Estes dados são um sinal do descontentamento dos médicos e da justeza das suas revindicações”, realçou.

Roque da Cunha lembrou que a greve regional de Lisboa é o culminar de uma série de paralisações que os médicos têm vindo a realizar desde julho, altura em que ocorreu uma greve nacional.

“Estamos disponíveis para negociar. Pedimos aos Ministérios da Saúde e Finanças que olhem para a situação dos médicos (…). Se não nos ouvirem, poderemos avançar para esta forma de luta novamente. Não é o que desejamos. Vamos reunir para a semana e infelizmente, provavelmente, teremos de continuar com este tipo de protestos”, disse.

A segunda greve de dois dias dos médicos de Lisboa e Vale do Tejo iniciou-se às 00:00 de quarta-feira, englobando hospitais e centros de saúde que não foram abrangidos pela paralisação que decorreu a 13 e 14 de setembro.

Convocada pelo SIM, a greve regional, que se estende até às 24:00 de hoje, abrange os centros hospitalares Lisboa Norte, Lisboa Central, Lisboa Ocidental, do Oeste, Médio Tejo e os hospitais Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), de Santarém, o Hospital Forças Armadas e o Hospital Prisional de Caxias.

Segundo o SIM, são também abrangidos pela paralisação o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses Sul, o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) e a Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD) da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

Os médicos dos Agrupamentos de Centro de Saúde (ACES) de Lisboa Norte, Lisboa Central, Ocidental e Oeiras, Amadora, Sintra, Oeste Norte, Oeste Sul, Médio Tejo e Lezíria também são abrangidos pela paralisação de dois dias.

Segundo o SIM, a greve visa exigir do Governo “uma resposta efetiva” ao caderno reivindicativo sindical e que seja apresentada pelos ministros das Finanças e da Saúde “uma proposta de grelha salarial que reponha a carreira das perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na Tabela Remuneratória Única da função pública”.

Os serviços mínimos devidos durante a greve médica regional são os estabelecidos na regulamentação coletiva do trabalho em vigor no SNS, refere o SIM.

As negociações entre sindicatos dos médicos e o Ministério da Saúde iniciaram-se em 2022, mas até ao momento não houve acordo.

Leia também...

Miguel Castanho explica porque é a covid-19 pode não ser transmitida através do contacto com superfícies

A Organização Mundial de Saúde referiu, recentemente, que não é possível confirmar se o SARS-CoV-2 (covid-19) infecta os humanos após o contacto com superfícies…

Surto na Misericórdia de Mação com 61 pessoas infectadas e um óbito

Um total de 61 pessoas, entre utentes e funcionários, de um Lar em Mação estão infectadas pelo vírus SARS-CoV-2 num surto que causou também…

Estudo revela que 95% dos idosos de Almeirim adquiriram protecção após segunda dose de vacina

Um estudo envolvendo 146 idosos vacinados contra a covid-19 em lares do concelho de Almeirim revela que 95% desenvolveram anticorpos após a segunda dose…

Carlos Andrade Costa vai liderar administração do Hospital de Vila Franca de Xira

Carlos Andrade Costa, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, vai ser o responsável pela transição do Hospital de Vila…