Até ao próximo domingo, dia 31 de Julho, a aldeia ribeirinha das Caneiras está em festa. Organizadas pela Associação de Amigos das Caneiras, as festividades em honra do Imaculado Coração de Maria incluem música, desporto, uma procissão nocturna, um festival de folclore e uma noite de fados, para além de um conjunto de actividades para toda a família.

As entradas são livres e o grande objectivo destas festividades passa por “trazer pessoas à aldeia, dinamizar a mesma e as suas gentes sem esquecer as raízes, traições e a cultura avieira”, segundo afirma Miguel Pelarigo, presidente de uma associação de jovens que está apostada em revitalizar a zona.

Como surgiu a associação e quais os seus objectivos?

Começou tudo num pequeno arraial feito num quintal de um habitante da aldeia de Caneiras. Tempos depois deste mesmo arraial, num café da aldeia, surgiu em conversa num grupo amigos a ideia de se criar uma associação para realizar festas anuais um pouco á imagem o que acontecia nas outras terras vizinhas. Os seus objectivos são trazer pessoas a aldeia, dinamizar a mesma e as suas gentes sem esquecer as nossas raízes, nossas traições e nossa cultura avieira.

Qual é o sentimento de voltar a ter estas festas, depois da pandemia?

Após nove anos de interregno sem termos qualquer direcção para assumir as rédeas da associação, um grupo de jovens naturais das Caneiras decidiu reactivar a associação e seus costumes para assim dar vida novamente á nossa aldeia e ás nossas festas. Começamos do zero sem bases nem sustento para a grande tarefa que nos estávamos a propor e após um primeiro evento, festas anuais, com apenas dois meses de direcção tivemos uma receita e uma afluência que nunca imaginamos.

Quando tudo parecia estar a entrar nos eixos, apareceu a pandemia e foi provavelmente o maior desafio que esta associação enfrentou. Deixamos de poder fazer aquilo para que fomos criados e tivemos três anos a tentar reinventar-nos, mas sempre com muitas restrições que nos impediram de continuar a crescer de forma sustentada.

Voltar após esta pausa forçada é para nós uma grande felicidade e alívio por podermos voltar a por em prática tudo o que tínhamos ambicionado antes, para promoção tanto da nossa aldeia como do desenvolvimento e enriquecimento do nosso recinto.

Para além das festas anuais, que actividades é que pretendem desenvolver?

Para além das festas anuais, vamos criando ao longo do ano festas temáticas, como baile de carnaval, procissão da nossa senhora dos avieiros, para além de representarmos a freguesia através da nossa embarcação em alguns eventos ligados ao rio e suas gentes, recolha de bens alimentares para famílias mais desfavorecidas, competições desportivas como o circuito nacional de teqball que vai para o segundo ano com etapa nacional a ser na nossa aldeia pretendemos desenvolver actividades contínuas no nosso campo de futebol que estamos a requalificar para a realização de torneios e jogos pontuais.

O que é que, na vossa opinião, se poderia fazer para valorizar as Caneiras e o rio?

Na nossa opinião achamos que há muitos anos que Santarém vive de costas voltadas para o rio, ou seja, nunca foi uma hipótese desenvolver a zona ribeirinha e a aldeia das Caneiras para promoção do turismo na nossa cidade e isso reflecte-se na pouca aposta na aldeia que em pleno século XXI vive com algumas realidades do seculo passado e que já deveriam ter solução à vista.

Está neste momento a ser desenvolvido pela União de Freguesias da Cidade de Santarém uma zona de lazer na margem do rio com lugares para confraternizar e passar bons momentos com muita sombra e uma vista única e isso já começa a ser um início de esperança para aquilo que achamos que pode ser um potencial enorme não só para nós Caneiras como para a nossa cidade. Achamos que seria uma mais valia haver uma ciclovia e zona de caminhada e que seria benéfico criar opções para que as pessoas se fixassem mais na aldeia em vez de ser apenas de passagem.

Temos um cais flutuante aprovado á alguns anos com fundos europeus, mas que tarda em chegar e isso podia ser mais um atractivo para o turismo e desenvolvimento local. A mudança do PDM é essencial para início da mudança para melhor.

Seria importante explorar o campo de futebol que pertence à Associação Amigos das Caneiras uma vez que há grandes lacunas em termos de espaços desportivos e lúdicos para todos os clubes da cidade treinarem e jogarem. Seria uma opção muito viável e a ter em conta, visto estar numa zona que não é inundável e que podia ser potencializadora para criar mais alternativa desportiva e enriquecia a aldeia com muita afluência e actividade constante.

Que papel poderá ter a Associação Amigos das aneiras nesta valorização?

A associação encontra-se disponível para a realização de todos os projectos em conjunto com as entidades competentes e tem algumas ideias do que podia ter potencial a ser explorado para desenvolvimento local.

Como vive a Associação em termos de apoios?

A associação felizmente conseguiu criar uma boa imagem perante a Câmara Municipal de Santarém e a União de Freguesias que nos dão uma grande ajuda e vivemos de donativos para os eventos e cotas dos nossos associados sendo que somos uma associação sem fins lucrativos estes valores servem para nos ajudar a desenvolver o recinto e levar o nosso barco a bom porto.

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