Nascido a 30 de Setembro de 1922 na freguesia da Póvoa da Isenta, filho de Gastão Bernardes e Isabel Maria Bernardes. Termina a escola primária com “distinção”, o que muito o orgulhava, levando a que ainda jovem, tivesse o seu primeiro trabalho na secretaria da quinta da Fonte Boa (Estação Zootécnica Nacional). Por volta dos 18/19 anos decide ir para Santarém aprender aquela que seria a sua profissão e grande paixão de ser mecânico, sendo que foi nas oficinas da Citroën onde teve a sua maior aprendizagem nesta área. 

Casa com Maria Irene Ferreira Dos Santos Bernardes em 1947, ficando a viver em Santarém. Deste casamento nasceram dois filhos, António José Bernardes “Gastão” e Hélia Bernardes. 

Em 1949/1950, ainda na Citroën, fez parte de um rally no norte de Espanha, o qual terminava em França (Santander-Bilbau-San Sebastian-Biarritz), onde daria apoio mecânico e também como co-piloto, ao participante escalabitano Manuel da Horta, que conduzia um Citroën “arrastadeira”. Este episódio era contado pelo próprio com muito orgulho e satisfação. 

Posteriormente estabeleceu-se na cidade por conta própria, na sua oficina Auto Progresso Mecânica de Santarém Lda, que se situava em frente às antigas finanças, onde formou vários profissionais da área, que ainda hoje o têm como referência. Foi também esta mesma oficina a escolhida pela empresa J.J. Gonçalves na década de 70, para dar apoio à marca de automóveis Austin. 

Com o seu amor inexcedível por Santarém, fez parte de várias atividades sociais: era sócio honorário do Grémio Operário e sócio nº152 da União Desportiva de Santarém; pertenceu ao grupo dos “Almoçaristas” de tauromaquia; assinante de longa data do Correio do Ribatejo; frequentava assiduamente o antigo café “A Brasileira” no Largo do Seminário e; fez parte do início da célebre taberna e mais tarde restaurante, Taberna do Quinzena, onde estava inserido no grupo de amigos do Quinzena, tendo sido homenageado por estes em 14 de Outubro de 2007. Também a sua grande paixão pelos fados, pelas touradas e pelo seu Sport Lisboa e Benfica (sócio nº4040) permitiu-lhe a partilha de bons momentos e de convívio durante a sua vida. 

Ainda em meados dos anos 50 regressa à Póvoa da Isenta, onde residiu até à data. Aqui, foi sócio desde jovem da Sociedade Cruz de Cristo Atlético Clube da Póvoa da Isenta.

Partiu assim a 19 de Janeiro de 2025, uma referência para família (filhos, netos, bisnetas e sobrinhos), amigos e escalabitanos, deixando muita saudade. 

Leia também...

…e que despertam curiosidade e sentimentos… Por Cândido Azevedo

Com o conjunto de crónicas que aqui quinzenalmente coloco e que chamei de “memórias não notórias”, procuro abordar pequenos factos, memórias ou curiosidades, algo…

Correio Centenário: A Vila de Alcanhões

Sua importância comercial e agrícola – Tradições históricas O governo satisfez a aspiração dos habitantes de Alcanhões, elevando á categoria de vila esta importante…

Correio Centenário: O Movimento das Forças Armadas anunciou a entrega do Governo a uma Junta de Salvação Nacional presidida pelo General António de Spínola

Anteontem, cerca das 1h30 da madrugada, depois de grande expectativa e de ter dado algumas imagens dos acontecimentos do dia, a Radiotelevisão fez, seguidamente…

Correio Centenário: O Carnaval em Santarém

Nas Ruas O entrudo manteve nesta cidade as suas tradições… de sensaboria que há anos vão fazendo grande progresso. Nas ruas, as máscaras primam…