A Câmara de Ourém quer criar uma taxa turística em Fátima, tendo aprovado em reunião do executivo, o regulamento para a sua criação, que será sujeito a consulta pública, disse à Lusa o presidente Luís Albuquerque.

“A exemplo do que acontece em outras cidades europeias e até portuguesas, onde há muito turismo, esta taxa também faz todo o sentido em Fátima. Sublinho que não é uma taxa para os habitantes do concelho, mas para quem nos visita e utiliza o investimento das nossas estruturas, como as redes de água ou do lixo”, explicou Luís Albuquerque.

O presidente da Câmara de Ourém (Coligação Ourém Sempre – PSD/CDS), no distrito de Santarém, revelou que a proposta prevê que seja paga uma taxa de um euro por noite, com um limite máximo de três noites. As crianças até aos 12 anos e as pessoas portadoras de deficiência superior a 60% não pagam.

Este imposto não se aplica também no período entre 01 de Novembro e 31 de Março, “considerada a época baixa”, informou o autarca.

Segundo Luís Albuquerque, trata-se de uma “taxa justa e que se justifica por inteiro”.

Em comunicado, a ACISO – Associação Empresarial Ourém-Fátima considerou que a criação desta taxa é “inoportuna”, porque “Fátima está a passar por um período de contracção enorme da sua operação turística, após um ano [da visita do papa] que, sendo extraordinário, não é repetível”.

“A quebra natural na procura e o acréscimo de oferta veio penalizar ainda mais nos últimos meses os preços praticados pelas unidades hoteleiras, que já eram extraordinariamente baixos em relação à média do país e da região”, refere a nota publicada na sua página de internet.

Lamentando que não tenha sido “abordada formalmente” sobre o assunto, a associação considerou ainda que a “taxa é um erro estratégico porque penaliza um destino rodeado de milhares de camas não penalizadas”.

“Fátima será o único destino em toda a região com uma taxa desta natureza”, acrescentou.

“É ainda o destino com a taxa de ocupação e preço mais baixo. Mas é, ao mesmo tempo, o único destino que depende do turismo e que, por isso, o deveria acarinhar. A taxa tornará o destino menos competitivo e Fátima perderá clientes”, sublinhou.

A ACISO referiu ainda que a taxa assenta num “equívoco” e é “injusta”, “perigosa”, “desproporcional”, “insensível” e “imoral”.

Luís Albuquerque considerou que a reacção da ACISO é “extemporânea” e que “não faz qualquer sentido”.

“Só hoje foi apresentado o regulamento e será disponibilizado para ser sujeito a um período prévio de discussão. Gostava de saber se essa é a posição individual do presidente ou do vice-presidente ou de todos os associados. A ACISO não é só hotelaria, mas também comércio e indústria”, disse o presidente da Câmara.

Leia também...

Músico dos Santos & Pecadores morre vítima de acidente de trabalho em Tremez

Rui Martins, um dos músicos da banda Santos & Pecadores, morreu na…

Médico detido por abuso sexual de menores

Um homem de 27 anos foi detido esta manhã no Bairro de…

Alterações ao Código da Estrada entram em vigor amanhã com multas agravadas

As alterações ao Código da Estrada aprovadas em Novembro entram na sexta-feira,…

O amargo Verão dos nossos amigos de quatro patas

Com a chegada do Verão, os corações humanos aquecem com a promessa…