Ricardo Tomás nasceu em Lisboa a 9 de Janeiro de 1968. Diz ser um complicado, teimoso mas um bom amigo. Tem diversa formação na área da artes, tais como, o curso de Escultura em Pedra, curso complementar de Artes Gráficas e o Curso de Formação Profissional de Jovens na área de Serralharia.

Diz que é escultor porque gosta de transformar o ferro ou a pedra e mudar as formas. Para Ricardo a escultura dá alegria, acalma e transmite felicidade.

Porque é que decidiu ser escultor?

Em 1991 trabalhava como serralheiro civil na Companhia Carris de Ferro de Lisboa e estudava à noite na Escola Secundária António Arroio. Um dia fui com a minha irmã ao Centro Cultural Malaposta, em Odivelas, onde estava uma exposição de João Limpinho, um grande escultor português que faz coisas fabulosas a partir de ferro velho, e a minha irmã desafiou-me a fazer algo do género… Nas semanas seguintes tentei fazer alguma coisa com peças velhas dos autocarros, e foi assim que o amor à Escultura nasceu.

Resolvi mostrar algumas peças à minha Professora de Historia de Arte, que gostou e me convidou para integrar uma exposição colectiva de jovens artistas na Galeria da Cervejaria Trindade. A partir daí decidi ser Escultor, e não consegui parar…

Como se inspira para fazer as suas obras?

A Inspiração consegue-se no Atelier, se estivermos bem connosco as ideias aparecem e aparecem quando menos esperamos, às vezes a olhar um objecto, uma flor, a ver um filme, a ouvir uma música, nunca se sabe quando é que as ideias aparecem! O maior medo de qualquer artista é deixar de ter ideias!

Qual é o processo criativo?

É tudo sempre muito subjectivo, mas às vezes gosto de apenas cortar a Pedra e ver onde vai dar! Por vezes começa-se com uma pedra grande e ficamos com um pequeno pisa-papeis…

Quais as suas influências para chegar às suas obras?

Viver a vida e olhar o mundo, seja através de filmes ou do Facebook, mas estou sempre a olhar o mundo, à espera que haja algo me influencie!

Que materiais usa nas suas obras?

Uso ferro e/ou pedra de diferentes tipos.

O que tenta transmitir ao público?

Eu trabalho pelo gozo de fazer as obras, é claro que _ co contente que as pessoas olhem as minhas obras e gostem, e que as queiram ter nas suas casas. Eu quero transmitir a vontade de olhar e mexer nas peças, de sentir as formas e que sintam a felicidade que eu tive em fazê-las.

Quais as vertentes da escultura usadas por si?

A Escultura em ferro são obras bi-dimensionais quase desenhos, como se eu desenhasse com ferro, gosto que as sombras ganhem vida! Na pedra, são intervenções sobre a pedra, peças abstractas mas com inspirações femininas…

Onde é que já expôs os seus trabalhos e onde é que o público pode ver as suas obras?

Exponho regularmente há 23 anos, e faço da escultura a minha actividade principal desde 1998. Já realizei mais de duas centenas de exposições individuais e colectivas, entre as quais se destacam… Galeria Cervejaria da Trindade, Lisboa; Galeria Municipal, Arruda dos Vinhos; Galeria Municipal, Sobral de Monte Agraço; Centro Cultural Malaposta, Odivelas; Galeria Municipal, Almeirim; Casa Senhorial d’El Rei D. Miguel, Rio Maior; Casa do Brasil, Santarém; Galeria Tinturaria, Covilhã; Galeria AQUARIU’S, Guarda; Galeria Municipal, Ourém; Casa da Cultura, Santa Comba Dão; Galeria História e Arte, Bragança ; Hospital Garcia de Orta, Almada; Banco de Portugal, Lisboa ; Palácio dos Aciprestes, Oeiras; Centro Cultural, Macedo de Cavaleiros; Casa Manuel Teixeira Gomes, Portimão; entre muitas outras. Neste momento tenho uma exposição a decorrer no Museu de Arte Sacra da Covilhã.

Quais são os projectos que tem para o futuro?

Estou a passar por uma fase complicada, e ainda sem projectos futuros!

Que conselhos dá a quem quer seguir esta arte?

Para mim não basta cortar pedra e fazer exposições, tem que haver mais. Temos que intervir, provocar coisas no meio onde vivemos, levar a Arte  às pessoas. Não podemos ficar sentado no atelier à espera que o sucesso nos bata à porta, a queixarmo-nos de tudo e todos e de como somos incompreendidos.

Acho que uma das formas de combater esta crise é lutarmos com o que fazemos com as mãos. A qualidade vende-se, as pessoas estão a ficar fartas das coisas feitas em série.

Qual para si é uma música imprescindível?

Eye of the Tiger dos Survivor!

Quais são os seus hobbies favoritos?

A fotografia, é o meu hobbie,

Se pudesse alterar um facto na história, qual seria?

A nível Mundial tinha evitado que Hitler tivesse chegado ao poder, a nível Português o Salazar não teria existido!

Se pudesse entrar num filme, qual escolheria?

Footloose.

Leia também...

“No Reino Unido consegui em três anos o que não consegui em Portugal em 20”

João Hipólito é enfermeiro há quase três décadas, duas delas foram passadas…

O amargo Verão dos nossos amigos de quatro patas

Com a chegada do Verão, os corações humanos aquecem com a promessa…

O Homem antes do Herói: “uma pessoa alegre, bem-disposta, franca e com um enorme sentido de humor”

Natércia recorda Fernando Salgueiro Maia.

Hospital de Santarém – Uma homenagem sentida aos ‘homens e mulheres’ da Linha da Frente

Especial 130 anos do Jornal Correio do Ribatejo O mundo mudou há…