Com um balanço de mais de quatro décadas a “crescer e a melhorar” o presidente do IPSantarém, João Moutão, apontou como estratégia futura “cooperar mais com as empresas” e pôr ao serviço do desenvolvimento regional a produção científica da instituição com cerca de quatro mil alunos. O responsável realçou a capacidade de “resistência e resiliência” demonstrada por toda a comunidade académica na resposta à pandemia, que permitiu à instituição manter o seu crescimento.
“Se conseguimos tudo isto num cenário de grande adversidade, então, a celebração deste 41º aniversário tem de ser também a celebração do virar a página e a celebração da nossa ambição em olhar em frente e afirmar o Politécnico de Santarém nesta Região”, disse, afirmando: “precisamos de uma Instituição mais coesa, responsiva aos desafios societais”.

O Instituto Politécnico de Santarém (IPSantarém) assinalou, na passada segunda-feira, o seu 41.º Aniversário com uma sessão comemorativa realizada no Auditório da Escola Superior Agrária de Santarém.

Na sua intervenção, o presidente do Instituto, João Moutão, realçou a capacidade de “resistência e resiliência” demonstrada por toda a comunidade académica na resposta à pandemia, que permitiu à instituição manter o seu crescimento.

De entre os vários indicadores, o responsável sublinhou o crescimento no número de vagas e de candidatos, em especial os de primeira opção, com maior “Índice de Força”, o indicador que mede a relação entre as vagas preenchidas e as primeiras escolhas dos estudantes, que subiu em 20 por cento.

“Se conseguimos tudo isto num cenário de grande adversidade, então, a celebração deste 41º aniversário tem de ser também a celebração do virar a página e a celebração da nossa ambição em olhar em frente e afirmar o Politécnico de Santarém nesta Região”, disse João Moutão, afirmando: “precisamos de uma Instituição mais coesa, responsiva aos desafios societais”.

Nesse sentido, João Moutão acredita que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) será “uma oportunidade de ouro” para o Politécnico que precisa, mais do que nunca, de se “mobilizar para este desafio”.

Para o presidente do IPSantarém, este instrumento, que tem três metas fulcrais, nomeadamente o aumento da participação dos jovens no ensino superior, a graduação da população e o aumento da investigação e desenvolvimento, “não pode ser desperdiçado”.

“Temos de nos mobilizar para que, no âmbito deste Plano, consigamos aproveitar essa oportunidade para dar um impulso para a próxima década. Queremos ter melhores infra-estruturas, e que as escolas tenham estruturas tecnológicas de crescimento”, disse.


“Estamos a procurar, no espaço do Complexo Andaluz, requalificar espaços para poder acolher empresas tecnológicas para nos apoiar. Para que os serviços que temos, como a FAb LAb, ou o Centro de Línguas, possam ter infra-estruturas que prestem serviços à comunidade. Que, na Escola Agrária, possamos requalificar os laboratórios das carnes, um espaço que ficou devoluto e é uma área de formação importante e queremos ter uma estrutura para o Centro de Investigação em Qualidade de Vida. Na área da saúde, estamos apostados em criar infra-estruturas de experimentação tecnológica e científica”, anunciou João Moutão, afirmando: “o politécnico tem que ter um projecto ambicioso e eu assumo a responsabilidade de mobilizar a comunidade para isso”.
Na sua intervenção, o responsável afirmou ainda que, para crescer, o Politécnico precisa de ter uma maior capacidade de resposta ao nível de alojamentos de estudantes.

“Não é possível aumentar o número de estudantes sem aumentar a capacidade de alojamento. Em Rio Maior, temos já aprovado o financiamento da residência de estudantes e em Santarém temos já alguns edifícios identificados que pretendemos que façam parte de um plano que possa ser financiado para a construção de residências”, afirmou.

Nesta sessão foi ainda lançada a nova marca do IPSantarém que visa “dar impacto e projecção” ao IPSantarém.

“Queremos que os professores digam orgulhosamente que trabalham no IPSantarém. É fundamental sentir orgulho na marca e dar-lhe dimensão para que, daqui a dez anos possamos olhar para trás e perceber que este caminho deu frutos na região, no País, e a nível internacional”, sublinhou.

Garantindo que o IPSantarém reforçará o seu papel no desenvolvimento da região, João Moutão afirmou que só é possível desenvolver o País de forma equilibrada e equitativa se, realmente, “as instituições que promovem crescimento, como é o caso dos politécnicos, com uma implantação especialmente nas regiões do interior, forem apoiadas”.

“Só com investimento nestas instituições é que conseguimos resolver esse problema da coesão territorial”, concluiu.

Uma ideia secundada por João Sobrinho Teixeira, secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que marcou presença nesta cerimónia de aniversário do politécnico.

“O ensino superior tem uma grande missão de promover as migrações sociais e funcionar como um elevador social. Ao longo tempo verificámos a perpetuação de que os filhos de pessoas não qualificadas também não se qualificavam. A melhor forma de gerar igualdade entre as pessoas, mais que a distribuição de riqueza, é a generalização da qualificação. E o ensino superior tem obrigação de não deixar ninguém para trás”, afirmou o governante.

“O ensino superior é mais do que a formação académica. Mas, acima de tudo, demonstrou o valor da ciência. Tivemos várias evoluções na vida que se deveram à ciência. A qualidade de vida que temos deve-se a muito do que a ciência fez pelo mundo e pelas pessoas. Nós, hoje, vemos o valor da ciência associado à saúde. Haverá aqui uma consciência mais colectiva de que vale a pena apostar na ciência e no conhecimento, pois isso traz-nos um grande retorno de bem-estar e de resposta às adversidades. Indo para outros sectores, que não são tão evidentes como o da saúde, a ciência e o conhecimento têm um papel fundamental e este período de Covid realçou isso mesmo”, afirmou João Sobrinho Teixeira.

“Neste período de pandemia, em que as instituições responderam sem que tivessem os seus laboratórios preparados para uma situação como esta, as universidades e politécnicos conseguiram-se adaptar e responderam a um problema da sociedade. Foi a ciência e o conhecimento que deram resposta na saúde, melhorando a vida das pessoas, e através disso democratizaram a nossa sociedade. É importante que a sociedade portuguesa tenha consciência daquilo é o valor do conhecimento e da ciência”, reforçou.

“Eu recordo muitas vezes que o meu avô contava que, no seu tempo, uma pessoa que fosse trabalhar para o campo, na agricultura, ganhava 12 escudos por dia, se não tivesse direito a almoço, e seis escudos, se tivesse essa refeição. Ou seja, passava metade do seu dia de trabalho a ganhar para uma refeição. Hoje isso consegue-se em menos de meia hora. E se isto se conseguiu desta maneira, na ética da distribuição da riqueza e na consciência colectiva de que uns devem contribuir para o bem de todos, também foi alcançado porque a ciência contribuiu para essa evolução. Mas dou outro exemplo: quando entrámos para a CEE, os agricultores receberam verbas comunitárias para destruir as suas vinhas, pois dizia-se que vinho português não tinha qualidade. Hoje temos no vinho português um dos principais sectores exportadores e é a jóia da coroa no sector primário. O que mudou? Foi a ciência e o conhecimento que conseguimos colocar nisto. Não mudou apenas o vinho, mas sim a vida das pessoas e a capacidade de uma região”, concluiu.

O IPSantarém é uma instituição de ensino superior politécnico público, ao serviço da sociedade, empenhada na qualificação de alto nível dos cidadãos, destinada à produção e difusão do conhecimento, criação, transmissão e difusão do saber de natureza profissional, da cultura, da ciência, da tecnologia, das artes, da investigação orientada e do desenvolvimento experimental, relevando a centralidade no estudante e na comunidade envolvente, num quadro de referência internacional.

É reconhecido como pólo de desenvolvimento e uma referência na formação, na cultura e na investigação desenvolvidas na região, criado na década de 70, integra actualmente cinco Escolas Superiores, quatro na cidade de Santarém e uma na cidade de Rio Maior.

Filipe Mendes

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