Uma centena de pessoas estiveram na Assembleia Municipal de Benavente, segunda-feira à noite, 29 de Junho, para mostrar a sua indignação e exigir medidas perante a violenta agressão ao proprietário de um café ocorrida na semana passada na vila.

O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, confirmou à Lusa a presença dos populares durante a Assembleia Municipal, reconhecendo que os factos na origem da sua indignação merecem “total rejeição” por não se poder “permitir afirmações violentas de grupos, sejam eles quais forem”.

O vereador socialista na Câmara de Benavente Pedro Pereira enviou uma nota à Lusa acusando o executivo comunista de ter “alimentado” a presença no concelho de famílias que estão na origem destes actos violentos, que “ameaçam a segurança” das populações, “emprestando terrenos e oferecendo-lhes algumas condições de habitabilidade gratuitas”.

Na sua nota, Pedro Pereira afirma que os populares, que referiram ainda problemas relacionados com “consumo e tráfico de droga”, acusaram o executivo CDU de “passividade” e exigiram medidas.

Carlos Coutinho afirmou que a família autora da agressão violenta, sem qualquer razão conhecida, contra o proprietário do café, integra um conjunto de 12 a 15 agregados que se instalaram no concelho há cerca de 20 anos, em terrenos dispersos cedidos na altura pelo município na perspectiva de um realojamento que, fruto das crises económicas, foi sendo adiado.

O autarca assegurou que, ao contrário do que foi referido, o município não suporta qualquer despesa de abastecimento de água ou luz, uma vez que as famílias que têm estes serviços têm contratos com as respectivas empresas (Águas do Ribatejo e EDP).

Segundo disse, perante a ocorrência da passada semana, reuniu de imediato com o comandante da GNR, que deu conta da instauração de uma queixa-crime contra os autores da agressão, estando agendada para Julho uma reunião com o comando distrital da Guarda Nacional Republicana, no sentido de ser feito um reforço dos meios no concelho.

Carlos Coutinho afirmou que, no dia do incidente, a patrulha da GNR demorou 25 minutos a chegar ao local, por ter os seus elementos envolvidos noutras ocorrências, e salientou a importância da presença de patrulhas, fundamental na prevenção e na sensação de proximidade e de segurança para as populações.

Sublinhando que o município não pode ser “conivente” com atitudes violentas, o autarca afirmou que os serviços de acção social acompanham a situação destas famílias, tendo em curso a preparação de medidas de intervenção, suspensas nesta fase da epidemia da covid-19, que vão ser retomadas.

“Há aqui um problema de integração que exige uma intervenção do Estado”, disse, salientando que a questão “tem de ser tratada com o rigor que merece”, na convicção de que “todos têm direitos e deveres”.

Foto: João Dinis

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