A propósito do primeiro ano de mandato como vereadora na Câmara de Santarém, o Correio do Ribatejo esteve à conversa com Cristina Casanova Martins. Advogada de profissão, confessa que assumiu funções no município “com enorme sentido de missão e grande humildade”. O pelouro mais relevante atribuído à vereadora foi o do Urbanismo e Obras Particulares, mas Cristina Casanova é ainda responsável pelos pelouros dos Assuntos Jurídicos, Central de Compras, Taxas, Licenças, Mercados e Feiras, Património, Defesa do Consumidor e Saúde.

Que balanço faz deste seu primeiro ano na vereação da Câmara de Santarém e até que ponto o trabalho desenvolvido pela autarquia tem correspondido às suas expectativas?
Quando aceitei integrar a lista para a Câmara nas últimas eleições, sinceramente não contava vir a exercer funções, mas naturalmente quando aceitamos integrar uma lista temos de ser consequentes. Por isso, foi com enorme sentido de missão e grande humildade que assumi funções há um ano, suspendendo a minha actividade como advogada.
Quem está de fora não imagina o que se passa no Município. A minha formação jurídica e alguma experiência política ajudaram, mas é uma organização complexa e de fora parece sempre muito mais fácil. Os procedimentos e a burocracia fazem tudo ser mais difícil. Mas tem sido um desafio muito interessante e recompensador, encontrei gente muito boa. O Presidente Ricardo Gonçalves é uma referência.
Apesar de muitas vezes já não ser a Cristina, mas a vereadora, quando os amigos e conhecidos já só me falam de assuntos da Câmara. Essa é a parte mais estranha desta experiência.

Qual tem sido o seu pelouro mais desafiante e porquê?
Sem dúvida o urbanismo. É um pelouro relevante do ponto de vista interno, pelo processo cuja tramitação é bastante pesada e pela necessidade de absoluto cumprimento da legislação que é vasta, mas também pela enorme importância para a vida das pessoas, que têm o direito de ter os seus processos tratados com a celeridade possível. Queremos que as pessoas que pretendam viver ou investir em Santarém o possam fazer de forma célere, e que tenham nos serviços de Urbanismo da Câmara Municipal de Santarém um parceiro e não uma força de bloqueio.

E a área em que mais gosta de trabalhar?
Devido à minha formação em Direito gosto muito dos Assuntos Jurídicos e do Urbanismo. No âmbito da actividade do Município a aplicação do direito administrativo é uma constante, pelo que os assuntos jurídicos são, acima de tudo, um pelouro transversal que pode ajudar a resolver problemas, mas que também pode contribuir para a morosidade dos processos caso não tenha capacidade de resposta atempada. Trabalhamos diariamente para que seja uma área célere e com resposta atempada e adequada às necessidades dos diferentes serviços e pedidos dos munícipes.

Que marca quer deixar neste mandato?
Uma das minhas prioridades é, sem dúvida, deixar uma marca pessoal de agilização dos processos que vêm parar às minhas mãos, pois sei da necessidade dos mesmos, como por exemplo de uma simples certidão. Os munícipes esperam que os seus processos sejam tratados com rapidez e que os seus problemas sejam resolvidos. Acredito que essa é uma das minhas principais missões, em especial, no âmbito dos pelouros que me estão atribuídos uma vez que de um modo geral os meus pelouros são todos muito administrativos.

Tem o pelouro da Saúde na autarquia. Estes tempos de pandemia da Covid-19 têm sido complexos de gerir?
Estes tempos têm sido difíceis e complicados para todos, e também no trabalho na autarquia, não só face a todas as actividades que tivemos de suspender, mas também devido a todas as diligências que tivemos de providenciar nestes tempos, para que nada falhasse na resposta no concelho. Este processo foi liderado pelo nosso Presidente, enquanto responsável da Protecção Civil em estreita colaboração com o pelouro da Saúde. Foram tempos complicados, mas agora estamos a fazer os possíveis para nos adaptarmos a este “novo normal”.

Como vereadora do Urbanismo e Obras Particulares, como olha para as inúmeras recuperações de imóveis que estão a decorrer no Centro Histórico?
É claro que vejo com enorme satisfação. Nos últimos três anos Santarém tem visto um grande investimento na reabilitação de imóveis, nomeadamente no Centro Histórico, mas também na Ribeira de Santarém, o que nos deixa muito contentes. Só no CH (Centro Histórico) deram entrada cerca de 100 projectos nestes dois últimos anos.
Temos muitas recuperações de particulares que querem viver no centro histórico, mas também muitas recuperações para investimento, seja para arrendamento ou para actividades económicas relacionadas com o turismo e a restauração, o que vai ao encontro da estratégia do município para a requalificação.
Também espero que o aumento do número de ARU’s (Áreas de Reabilitação Urbana) nas restantes freguesias do concelho, recentemente aprovado, contribua para a revitalização dos seus núcleos habitacionais, aumentando ainda mais a actividade urbanística em Santarém.

Que medidas ou projetos gostaria de ver concretizadas até ao final deste mandato?
Gostaria de ver concretizadas as nossas obras estratégicas de reabilitação do Centro Histórico como a recuperação do Mercado Municipal, da Av. António dos Santos e Largo da Alcáçova, Igreja de São João do Alporão. Mas também a recuperação do Bairro de Alfange e o Crematório. Estou certa, mudarão de forma significativa a vivência do nosso Centro Histórico e aumentarão ainda mais a atractividade de Santarém. Também gostaria de ver concretizados alguns projectos relevantes já anunciados por privados na área da Saúde que em muito podem contribuir para o desenvolvimento e atractividade de Santarém.

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