O líder do PSD, Rui Rio, disse hoje na Chamusca que “falta vontade política” para construir as acessibilidades prometidas ao Eco Parque do Relvão, ali instalado, e que recebe resíduos industriais de todo o país.

“Se estamos a falar de investimentos que rondam os 100 a 150 milhões de euros, é dinheiro, mas se pensarmos à escala nacional são investimentos reduzidos face a outros que se vão fazendo”, disse aos jornalistas o presidente do PSD, para quem a não construção de 30 quilómetros de estrada e de uma nova travessia na zona da Chamusca revela “falta de vontade política de olhar para um real problema nacional e decidir fazer o que falta fazer”.

O líder do PSD esteve esta manhã no distrito de Santarém de visita ao Centro Integrado de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos (CIRVER), localizado na freguesia de Carregueira, concelho da Chamusca, espaço denominado de Eco Parque do Relvão e que acolhe resíduos industriais banais, resíduos hospitalares e resíduos industriais perigosos provenientes de todo o país, tendo sido confrontado com a dificuldade de acesso ao local, com dezenas de camiões a terem de percorrer o interior das localidades da região, colocando em perigo a sua segurança.

Rui Rio esteve em duas das empresas ali instaladas, a SISAV – Sistema Integrado de Tratamento e Eliminação de Resíduos, que faz tratamento de solos, de resíduos industriais perigosos, óleos usados, e lamas, entre outros, e a Somos Ambiente – ACE, Centro Integrado de Valorização e Tratamento de Resíduos Hospitalares e Industriais, que tem por missão incinerar resíduos hospitalares e industriais perigosos no Eco Parque do Relvão.

“Temos aqui um exemplo daquilo que é, apesar de não estar muito longe da capital, Lisboa, ou onde está, de certa forma, o país esquecido”, declarou Rio no final da visita, dando conta de que “obras relativamente pequenas à escala nacional não se fazem mas têm uma importância terrível na vida das pessoas”.

O presidente do PSD, acompanhado de vários deputados eleitos por Santarém, entre outros dirigentes políticos e empresários, fez notar ainda que, “quando a Chamusca aceitou estes dois grandes empreendimentos [SISAV e Somos Ambiente], de grande utilidade nacional, tinha de ter a complementaridade dos acessos. Não tendo sido feita (?) e que era parte do próprio projeto, naturalmente que as pessoas sofrem agora as consequências, a mobilidade é reduzida e na ponte da Chamusca dois camiões não se conseguem cruzar” [em simultâneo].

Rui Rio aproveitou para reiterar ser “inadmissível” a diferença de valores do défice apresentados na proposta de Orçamento do Estado para 2019 e no relatório da Unidade Técnica de Apoio Orçamental tendo afirmado que o ministro [Mário Centeno] “esteve manifestamente mal”.

Em termos comparativos, Rio disse que “a folga que o ministro tem entre o défice real e o défice do relatório já dava para fazer a estrada [de acesso ao Eco Parque] e ainda sobrava muito dinheiro”.

O socialista Paulo Queimado, presidente da Câmara Municipal da Chamusca, acompanhou a visita da delegação social democrata ao seu concelho, tendo afirmado à Lusa que a posição de Rio é “consensual” entre todos os partidos políticos.

“Aqui não há cores partidárias porque o reconhecimento desta necessidade é unânime entre todas as forças políticas”, afirmou o autarca, tendo feito notar a “perigosidade para as populações” da passagem diária pelas estradas locais de centenas de camiões com resíduos perigosos.

“Quando falamos da questão da conclusão do IC3, agora A13, e da construção deste pequeno troço entre Almeirim e Vila Nova da Barquinha/Entroncamento, o problema não é da Chamusca mas sim da região, para além de que será fator potencializador de desenvolvimento económico do Ribatejo e do interior do país, criando alternativas à A1”, defendeu.

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