O passeio realizou-se no âmbito da Rota das Fontes e contou com a presença de diversos veículos clássicos, motorizadas e jipes 4×4, na União de Freguesias de Achete, Azoia de Baixo e Póvoa de Santarém.

Pela manhã de sábado, o barulho dos motores dos carros e motorizadas ecoou junto da Fonte da Igreja de Achete. A população da União de Freguesias de Achete, Azoia de Baixo e Póvoa de Santarém retirou das suas casas, os carros e as motorizadas clássicas que marcaram as suas vidas, numa viagem que percorreu as várias fontes e pontos de interesse paisagístico e cultural da freguesia.

“Nós tínhamos muitas fontes na freguesia, de facto são 24, e muitas delas estavam a precisar de manutenção, e era um património da freguesia. Então aquilo que nós queríamos, de facto, era poder recuperá-las, melhorá-las, e colocá-las aptas a poderem ser visitadas pela nossa população”, explicou Guida Botequim, presidente da Junta de Freguesia de Achete, Azoia de Baixo e Póvoa de Santarém.

O percurso realizou-se em duas rotas distintas, a Rota das Fontes de Santa Maria, com 19km, realizada em Achete e em homenagem à Santa Padroeira e a Rota das Fontes Alexandre Herculano com 12km, realizada nas localidades da Póvoa de Santarém, Azoia de Baixo e Verdelho, em homenagem ao escritor que possuía ligações a estes locais.

“Para além das fontes, temos capelas, igrejas, coletividades, escolas, postos médicos, tudo aquilo que é património público, nós conseguimos juntar na nossa rota. Também outras empresas, da freguesia, nomeadamente dos vinhos, dos azeites, conseguimos juntar na rota estes pontos de interesse”, realçou a autarca.

A iniciativa contou com a presença de diversas viaturas clássicas, motorizadas e jipes 4×4. “Havia zonas que dava para juntar todos os carros, depois havia zonas que só os 4×4 é que conseguiam fazer e portanto dividimos para que pudessem desfrutar também. Não só de conhecer as fontes, mas desfrutar das nossas vistas, dos verdes, do campo”,

Entre as rotas, os participantes usufruíram de um pequeno-almoço na Associação de D. Fernando. Na pausa de uma manhã de muito calor, conhecemos Joaquim Carvalho Regueira, participante do evento e que coleciona carros clássicos italianos. A convite do seu filho mais velho, Joaquim Regueira trouxe dois dos seus modelos, que se encontram na sua garagem particular.

Um dos modelos, é um Fiat 1100, o penúltimo carro que adquiriu em Guimarães e a um particular. “Comprei o carro, restaurei as pequenas coisas que nele precisavam de ser restauradas, mas o carro está todo original, pintura original, estofes originais e é um clássico italiano, é uma berlina linda”, refere o participante.

Tendo como hobby o colecionismo e a restauração de carros clássicos, Joaquim Regueira tem marcado presença em vários encontros do género e expressa a sua opinião relativamente a este passeio. “Eu penso que o passeio deveria estar um pouquinho mais organizado, mas não obstante disso, está a ser um convívio bastante bom, bastante salutar e onde nós encontramos sempre imensos amigos, o que nos dá imenso gosto”.

Concluídos os dois percursos, houve ainda tempo para um almoço e convívio entre os participantes, com muitas das conversas a girarem em torno dos veículos e motorizadas. Carlos Alexandre, mais conhecido por ‘Pancadas’, mostra-nos a sua “joia”, uma Casal Diana recuperada pelo próprio. “A moto está impecável. Com 54 anos, foi tudo ao pormenor, foi toda bem recuperada. Muito dinheiro investido, é melhor não falarmos em valores e está uma máquina excelente, não é por acaso que chama a atenção”, afirma.

O bichinho pelas motorizadas surgiu desde os 20 anos e a sensação de liberdade que só uma motorizada permite, é o que Carlos Alexandre mais valoriza quando a conduz. “Andar numa motazinha destas é muito mais libertador. Eu vou sozinho, não preciso de dar boleia a ninguém, não posso levar penduras, é totalmente minha”, refere o participante que espera ainda que mais eventos deste género voltem a acontecer na freguesia. “O dia de hoje foi bom e esperemos que volte a acontecer futuramente. Voltarmos a juntar-nos todos e voltar cada um a trazer a sua joia lá de casa para mostrá-la”.

A iniciativa contou com o financiamento do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, a 80% e superou as expectativas da organização. “Como é um bem de património, é de água, de facto as pessoas têm interesse em conhecer, em levar as crianças. Agora também é uma altura de férias, então tivemos também algumas crianças e que até aproveitaram e vieram com os avós e de facto foi giro”, mencionou Guida Botequim.

Questionada sobre uma possível reedição do evento, a autarca afirmou que vai ser estudada essa possibilidade. “As pessoas estão a pedir muito para que haja uma próxima, para poderem vir conhecer melhor a Rota das Fontes. Eventualmente o que é que podemos fazer? Poder dividir, poder fazer uma rota e depois outra, ou seja, fazer aqui o evento repartido para que não seja tudo no mesmo dia”, anunciou.

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