A Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) apresentou na segunda-feira, 8 de Julho, numa “carta aberta” um conjunto de propostas para “a reafirmação” do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para “marcar a agenda política” em ano de eleições.

“O objectivo da iniciativa visa a reafirmação do SNS como o serviço público mais importante para as populações”, disse à Lusa, em Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes, o porta voz da CUSMT, Manuel Soares, sublinhando que “as eleições legislativas que se aproximam são uma excelente oportunidade para que o tema da prestação de cuidados de saúde seja introduzido, de forma consistente, no debate que, entretanto, será promovido”.

A apresentação da “carta aberta”, dirigida às candidaturas do círculo eleitoral de Santarém, decorreu ao longo da tarde em Abrantes, Tomar e Torres Novas, tendo a CUSMT defendido a necessidade de “libertar verbas orçamentais para a resolução dos problemas de subfinanciamento do SNS” e que a “humanização dos cuidados de saúde implica a contratação de mais meios humanos”.

Defendendo a “gestão pública de todas as unidades de saúde”, o “alargar a autonomia de gestão” e “garantir a execução dos orçamentos contratualizados”, a comissão reclama uma “redução progressiva de cuidados convencionados em meios complementares de diagnóstico e terapêutica, principalmente nos espaços geográficos com oferta pública”.

Em termos de saúde pública, as reivindicações passam pela “promoção de boas práticas de vida e combate a todas as dependências, promoção e prevenção da sinistralidade rodoviária”, tendo os utentes defendido que “a proximidade dos cuidados de saúde primários deverá obedecer ao funcionamento regular de todas as extensões de saúde, especialmente os polos rurais, à existência de unidades móveis de saúde e à cobertura de todo o território por Unidades de Cuidados à Comunidade (UCC)”.

Manuel Soares insistiu na necessidade de “mais técnicos de saúde”, como psicólogos e nutricionistas, e na instalação em todos os concelhos de um serviço de saúde oral, para além de “mais médicos, enfermeiros e mais assistentes técnicos e operacionais”.

Por outro lado, defendeu que “urge instalar um equipamento de ressonância magnética no Centro Hospitalar do Médio Tejo e um equipamento TAC na Unidade de Torres Novas”, para além da necessidade de “dotar os serviços de imagiologia dos recursos humanos indispensáveis à rentabilização de equipamentos”, e “valorizar serviços como Cardiologia, em Abrantes, Medicina Física e Reabilitação, em Tomar, Cirurgia, em Torres Novas, e os cuidados pediátricos nas Unidades de Abrantes e Tomar”.

Manuel Soares defendeu ainda a valorização dos serviços da Maternidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT, em Abrantes) com o objectivo de aumentar o número de partos, o reforço das camas para os cuidados continuados e cuidados paliativos e a promoção dos genéricos no serviço farmacêutico, evitando a transferência de farmácias das zonas rurais para as zonas urbanas.

Estas propostas da CUSMT foram feitas “com base no histórico e património de actividade desta Comissão de Utentes”, segundo Manuel Soares, que acrescentou que “não basta dizer que se pretende esta ou aquela solução, será também importante que se diga quando e como”.

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