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A vila de Constância recebe nos dias 09 e 10 de Junho as vigésimas terceiras Pomonas Camonianas por ocasião do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Este evento cultural pretende homenagear Camões, a época em que viveu e a sua ligação a Constância.

Constância tem com Camões uma muito antiga e arraigada relação de afecto, fundada na plurissecular tradição de que o épico terá vivido na vila durante algum tempo, ali tendo escrito parte da sua produção poética. Sobre as ruínas que o povo aponta como tendo sido as da casa que o acolheu, foi erguida a Casa-Memória de Camões que visa perpetuar a memória do poeta em Constância e transformar-se, a prazo, num Centro de Estudos Camonianos.

Em Constância evocam igualmente o nosso épico o Monumento a Camões do mestre Lagoa Henriques e o Jardim-Horto Camoniano, desenhado pelo arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles, que apresenta a maior parte das plantas referidas por Camões na sua obra e é considerado um dos mais vivos e singulares monumentos erguidos no mundo a um poeta.

Todos os anos pelo 10 de Junho, Dia de Camões, Constância celebra Camões e a sua relação com ele, realizando as Pomonas Camonianas, uma exposição-venda das flores e dos frutos referidos pelo poeta na sua obra, evocando os tempos em que Camões ali terá vivido. São protagonistas os alunos de todos estabelecimentos de ensino do concelho, da creche à escola secundária, incluindo a Universidade Sénior, que, com a colaboração dos seus professores, dos pais e encarregados de educação, das animadoras e do pessoal não docente, representam figuras da época, animam o mercado, declamam poesia e apresentam danças quinhentistas, numa manifestação festiva de apropriação colectiva da memória de Camões.

Paralelamente ao Mercado Quinhentista, integram o programa das XXIII Pomonas Camonianas, o VII Festival Hípico de Constância, a Feira de Antiguidades e Velharias, a Orientação Nocturna, Danças Quinhentistas, o «Declamões», a Taberna Quinhentista e muita animação.

Na antiguidade, os povos davam uma enorme importância à religião que era considerada um modelo para a vida e ajudava a explicar e a influenciar o que a razão humana tinha dificuldade em entender. Gregos e Romanos criaram um número muito grande de divindades que contribuíam para dar sentido aos sentimentos das pessoas, aos acontecimentos do quotidiano, aos fenómenos naturais, à vida e à morte.

Particularmente representadas eram as forças da natureza, responsáveis por tudo o que envolve a vida dos homens, como o sol e a chuva, o vento e o mar, o céu e a terra.

Num mundo com características vincadamente rurais, fenómenos como a germinação das sementes, o crescimento das plantas e o amadurecimento dos frutos assumiam uma enorme importância. Por isso eram divinizados e prestava-se-lhes culto.

Pomona era a divindade que presidia à florescência das plantas e ao crescimento dos frutos. O seu nome tem a mesma origem etimológica de pomo (fruto carnudo) e de pomar. Era-lhe consagrado um bosque, chamado Pomonal, situado na estrada de Roma a Óstia, onde se lhe prestava culto.

Camões, poeta maior do renascimento dos valores clássicos, evoca com frequência as divindades gregas e romanas e, de entre estas, Pomona. E refere-se, por outro lado, a uma imensa variedade de flores e de frutos que ela protegia.

São alguns desses frutos e dessas flores que se expõem para apreciação e para venda em Constância, sob a inspiração tutelar de Pomona e num ambiente que lembra o século em que Camões viveu e por ali passou.

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