O grande destaque do ano na região é, sem sombra de dúvida, o projecto para a implementação de um novo aeroporto. O projecto começou a ser divulgado ao público em meados de Agosto, quando as notícias apontavam para a intenção de um grupo de investidores privados em construir a infraestrutura no distrito. O projecto, denominado Magellan 500, foi apresentado em Novembro e prevê milhares de postos de trabalho e uma afluência de passageiro na ordem dos 10 milhões por ano, numa primeira fase, mas que se estenderá até aos 40 e 100 milhões, num prazo de 15 e 40 anos, respectivamente. Foram vários os autarcas do distrito que viram com bons olhos este projecto que pode fazer com que a região de Santarém dê um salto gigante no desenvolvimento económico.

Para já a solução Santarém encontra-se reflectida em duas das cinco propostas que a comissão técnica independente vai estudar até ao final de 2023.

Em 2022 celebrou-se o primeiro aniversário do acordo político para a criação de um bloco central para tomar conta dos destinos da cidade de Santarém. Com os principais partidos do arco do poder, o Partido Socialista e o Partido Social-Democrata, a elegerem quatro vereadores cada e com o partido CHEGA a preencher o lugar restante, Ricardo Gonçalves (PSD) e Manuel Afonso (PS) chegaram a um acordo para ambos os partidos conduzirem os destinos da capital do distrito.

Os dois autarcas fizeram um balanço do primeiro ano desta ‘geringonça ao centro’, mostrando que o trabalho tem mais qualidade e é mais fácil quando feito em equipa e que o barco navega melhor quando todos remam para o mesmo lado. Ambos consideram que este modelo bi-partidário tem sido um sucesso.

2022 voltou a ser um ano crítico no que toca a incêndios. O distrito de Santarém não foi excepção e o concelho de Ourém viu-se fustigado por incêndios violentos que causaram perto de seis milhões de euros em prejuízos e deixou cinco hectares de área consumida pelas chamas.

Por terras de Almeirim a Sopa da Pedra foi figura de destaque. A tradicional iguaria almeirinense recebeu a certificação de Especialidade Tradicional Garantida, entregue pela União Europeia, tornando-se o segundo produto nacional a receber este selo de qualidade.

O processo do ex-presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores, que respondia em tribunal por crimes de prevaricação e participação económica em negócio que lesou o município conheceu desenvolvimentos. O julgamento iniciou-se a 16 de Fevereiro e culminou com a absolvição do ex-autarca, que ainda responde noutro processo por corrupção e branqueamento de capitais. Numa fase inicial o processo iria decorrer em Santarém, mas já em Dezembro, o Tribunal de Santarém acabou por remeter o julgamento para o Juízo Central Criminal de Lisboa. O ex-autarca está acusado de ter recebido uma vantagem patrimonial no valor de 300 mil euros do empresário que construiu o parque de estacionamento subterrâneo do Jardim da Liberdade, em Santarém.

Deixa-se ainda destaque para o homicídio de um homem em plena esplanada de um bar de Santarém durante a madrugada de 1 de Outubro. Um ajuste de contas levou João Alves a esfaquear Hugo Pereira no pescoço. O homicida pôs-se em fuga mas acabou por ser detido pela Polícia Judiciária horas mais tarde. João Alves, que tinha antecedentes por tráfico de droga, assim como a vítima, estava em liberdade condicional e ficou em prisão preventiva a aguardar julgamento.

O Correio do Ribatejo, para além das notícias que dá, todos os dias, aos seus leitores, disponibilizou ainda o arquivo dos jornais “O Santareno”, “Correio da Extremadura” e do próprio Correio do Ribatejo.

Este amplo projecto de digitalização, que decorreu em duas fases, a primeira das quais em 2010 e a última terminada há poucos meses, resultou em muitos gigabytes de informação, agora disponíveis ao público de forma completamente gratuita.

O Correio do Ribatejo lamenta ainda o falecimento de Teresa Lopes Moreira, sócia, administradora, e colaboradora de longa data. A perda de Teresa Lopes Pereira deixa-nos profundamente consternados, a quem deixamos um singelo, mas muito sentido, obrigado.

No panorama nacional destaca-se as eleições legislativas, que deram uma maioria absoluta ao Partido Socialista de António Costa. Depois do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolver o parlamento, a 5 de Dezembro de 2021, após cerca de dois anos de governo, os portugueses foram novamente chamados às urnas a 30 de Janeiro. António Costa e o Partido Socialista voltaram a sair vencedores e com poder reforçado, por força da maioria absoluta conquistada no sufrágio.

Depois de se enfrentar uma pandemia que afectou todo o globo durante dois anos, a nova volta da Terra ao Sol trouxe, sem grande inovação, eventos que afectaram de forma negativa a população mundial.

O grande destaque mundial do ano é sem sombra de dúvida o estalar do conflito em território ucraniano. Vladimir Putin anunciou uma operação especial militar que resultou numa invasão em larga escala do território à vizinha Ucrânia, a 24 de Fevereiro.

Para além da destruição de cidades inteiras e milhares de mortos em território ucraniano, quer do lado de quem se foi opondo à invasão, quer do lado dos invasores, também milhões de ucranianos viram-se forçados a abandonar o seu país para fugir ao flagelo da guerra refugiando-se em vários países da Europa. Portugal acolheu mais de 53 mil refugiados, com várias centenas a chegar ao distrito de Santarém.

Outra das consequências devastadoras deste conflito foi a crise energética que se tem instalado e tem se refletido de uma forma muito vincada nos bolsos das famílias portuguesas.

Os preços dos combustíveis dispararam em flecha, chegando a atingir os dois euros por litro. Este aumento refletiu-se numa inflação descontrolada de todos os produtos, especialmente nos alimentícios. Um litro de leite, que custava em média 60 cêntimos, custa hoje cerca de um euro, por exemplo.

Ainda no panorama mundial, outro evento que marcou 2022, não de uma forma tão negativa, foi o desaparecimento da Rainha Isabel II de Inglaterra. A monarca faleceu a 8 de Setembro no Castelo de Balmoral, na Escócia, aos 96 anos de idade.

Segundo o atestado de óbito o falecimento deu-se por causas naturais. Milhões de britânicos apresentaram as condolências nas cerimónias fúnebres que decorreram por todo o país, com o corpo da Rainha a percorrer vários pontos do país em parada fúnebre.

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