O município de Mação, em conjunto com Vila de Rei e Sertã, já apresentaram ao Governo projectos piloto de transformação da paisagem com o objectivo de recuperar a área ardida e activar a gestão agro-florestal.

A confirmação foi dada à agência Lusa por fonte oficial da secretaria de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território.

“A iniciativa de elaboração do Programa de Transformação da Paisagem (PITT) (…) não prejudicou a realização de trabalhos nos concelhos de Mação, Sertã e Vila de Rei, havendo já propostas de intervenção para áreas integradas de gestão da paisagem”, disse hoje a mesma fonte.

O Governo criou um Grupo de Trabalho para elaborar o PITT para os concelhos de Mação, Sertã e Vila de Rei, afectados por grandes incêndios, um plano inicialmente previsto para ser entregue até hoje.

Aquele grupo de trabalho é coordenado pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino.

Questionado pela Lusa sobre o PITT e a implementação dos projectos piloto nestes municípios, o secretário de Estado explicou que, “no âmbito da preparação destes programas, e no sentido de garantir maior assertividade e impactos reais nos territórios, revelou-se necessário proceder à preparação de um quadro regulamentar estruturado, que permita enquadrar do ponto vista jurídico, financeiro e de ordenamento e gestão territorial, intervenções dirigidas a territórios vulneráveis com necessidades de estruturação prementes ao nível da paisagem e da propriedade rústica”.

Neste sentido, afirmou, “procedeu-se à preparação de um pacote legislativo e financeiro vasto, sob a égide de um Programa de Transformação da Paisagem”, integrado no Plano Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, e que “será em breve aprovado” pelo Conselho de Ministros.

“Aguarda-se a aprovação do quadro regulamentar, sendo que o exercício de planeamento previsto para os concelhos em questão será desenvolvido de forma articulada com as novas orientações” que decorrem do PITT e que “decorre do reconhecimento de que para determinados contextos territoriais se impõe o desenvolvimento de respostas territorializadas e integradas, em particular quando são expostos a eventos de grande severidade e destruição”, como são os incêndios rurais, esclareceu.

Nos “últimos anos”, vincou, “os incêndios rurais foram exponenciados por eventos climáticos anómalos e extremos, assumindo dimensões e efeitos negativos de elevada magnitude, com consequências sem precedentes na sociedade, na economia e no ambiente”.

Por isso, defendeu que “a dimensão dos fenómenos vividos, a previsibilidade do seu agravamento e recorrência num quadro de alterações climáticas e o reconhecimento das vulnerabilidades do território (climáticas, biofísicas, sociais e económicas), evidenciam uma necessidade urgente de intervenção e acção pública”.

João Paulo Catarino disse ainda que “os grandes incêndios de 2017, o de Monchique e Silves, em 2018, e o de Mação, Vila de Rei e Sertã, em 2019, ao exporem um conjunto de vulnerabilidades, determinaram esta necessidade de planear e implementar programas de revitalização e transformação da paisagem”.

O governante deu conta que foi nestes termos que se definiu o Programa de Revitalização do Pinhal Interior, o Programa de Reordenamento e Gestão da Paisagem das Serras de Monchique e Silves (PRGPSMS) e o Plano Integrado de Transformação Territorial para os concelhos de Mação, Sertã e Vila de Rei.

Para o governante, “esta transformação territorial só poderá ocorrer se planeada a partir do reordenamento e gestão da paisagem, orientado para a concretização (a prazo) de novos modelos de organização dos usos, ocupações e aproveitamentos do solo”.

João Paulo Catarino deu ainda conta que este PITT deverá “garantir orientações para o reforço da aplicação dos programas de política ambiental, florestal, agrícola e de desenvolvimento regional, quer no quadro das medidas actualmente existentes, quer na perspectiva dos novos instrumentos de política pós-2020”.

O Grupo de Trabalho do PITT, coordenado pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, inclui representantes dos Ministérios envolvidos, da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, dos três municípios, da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, das organizações de produtores agrícolas e florestais dos concelhos afectados e da Associação de Desenvolvimento do Pinhal Interior Sul.

Leia também...
Imagem ilustrativa

Homem morre após queda de camião de recolha de lixo

Um homem de 30 anos, funcionário de uma empresa de recolha de…

Dona Anica festeja 102 anos de vida

A Dona Anica festeja esta segunda-feira, 25 de Maio, 102 anos de…

“Guerrilha Urbana” tentou mudar forma de fazer teatro em Santarém

A intervenção, oficina e performance “Guerrilha Urbana” teve hoje, dia 23 de…

Município de Ourém mantém taxa de IMI e diminui derrama

O Município de Ourém vai manter os valores da taxa do Imposto…