Tiago Silvestre é um cantor e compositor natural de Samora Correia. Iniciou o seu percurso musical em 2009, como baixista, numa banda de Rock N’ Roll – Arcanis. A relação com os Arcanis durou pouco mais de três anos e, em 2012, após a edição do primeiro EP da banda, decide abandonar o projecto e embarcar numa aventura a solo onde pudesse explorar as suas maiores influências como o Country e o Rock em português. No início de 2014 lança o seu primeiro single “Cavaleiros da Távola Redonda”. Em 2016 lança o seu primeiro álbum “Stª Apolónia” que eleva o seu reconhecimento nas redes sociais e faz com que leve o ano a divulgar o álbum em bares, festas de verão e nas lojas FNAC. O músico lança um novo tema após quatro anos de hiato.

Como é que apareceu a música na sua vida?
Bem sei que pode soar um pouco a clichê mas, na verdade, acho que a música esteve sempre presente na minha vida sob diversas formas. Um rádio sempre sintonizado, um sintetizador que acabou por ficar a ganhar pó no sótão, uma bateria para crianças, um gravador de cassetes onde acabei por fazer as minhas primeiras gravações, um baixo emprestado pelo meu primo, e por aí fora até chegar à guitarra.

Quando é que decide ser músico?
Não posso dizer que tenha existido aquele ‘clique’ em que decidi que queria ser músico. Quando tinha 15/16 anos fui convidado a integrar uma banda de garagem com mais dois amigos, e decidi aceitar sem pensar muito no assunto. No primeiro ensaio ali estava eu, com o baixo do meu primo, sem saber muito bem o que havia de fazer. Depois comecei a aprender canções, a rabiscar as primeiras letras e, mais tarde, acabo por aprender a tocar guitarra. Sempre fui fazendo aquilo de que mais gostava e tudo acabou por se ir proporcionando no tempo certo.

Em que é que se inspira para produzir as suas músicas?
Em tudo – do mais pequeno pormenor à maior banalidade. No dia a dia, em filmes/séries, em livros, numa história contada por um amigo, numa frase solta que oiço no meio da rua ou até mesmo em outras canções.

Quais são as suas referências musicais?
Arctic Monkeys, Bob Dylan, Eric Clapton, John Mayer, Johnny Cash, Jorge Palma, Miguel Araújo, Rui Veloso,The Beatles, Xutos & Pontapés e por aí fora.

Está a lançar o novo single “Vamos Dançar”. O que é que retrata esta música?
O single “Vamos Dançar” pretende transmitir um sentimento de confiança e optimismo, mesmo quando tudo nos corre mal e a vida se vira contra nós. É uma música que tenta demonstrar que muitas das vezes o que nos separa da felicidade somos nós próprios e o quão importante é contrariar o destino ou simplesmente desafiar a razão.

Este novo trabalho quebrou um hiato de quatro anos. O que o levou a voltar a compor?
No final da ‘tour’ de apresentação do meu primeiro disco, o “Stª Apolónia”, senti necessidade de me afastar um pouco dos palcos e transformar uma série de rascunhos em canções. O meu primeiro disco é constituído apenas por sete temas, sendo que um deles se repete com uma roupagem diferente, e isso levou-me a repetir o alinhamento por diversas vezes ao longo de vários espectáculos. Senti que precisava de uma pausa, de escrever novas canções e de me reinventar.

Que trabalhos já fez nesta área?
Editei um EP com a minha primeira banda de originais, os “Arcanis”, em 2011 e em 2016 editei o meu primeiro disco em nome próprio – “Stª Apolónia”.

Como é que a pandemia covid-19 afectou a sua vida artística?
Afectou na medida em que me vi obrigado a ter de adiar o lançamento do meu novo disco. Por esta altura já esperava ter o disco cá fora e concertos agendados mas não foi possível.
Quais são os seus objectivos para o futuro no mundo da música?
O meu maior objectivo é continuar o que tenho feito até aqui – escrever canções e tocá-las ao vivo para o maior número de pessoas possível. Se pelo caminho tiver a oportunidade de escrever para outros artistas e de pisar palcos de renome nacional, melhor ainda.

Um título para o livro da sua vida?
“A (des)ilusão de gravar um disco nos anos 00”.

Música?
“Teddy Picker”, dos Arctic Monkeys. Mas tenho a certeza de que a resposta seria diferente daqui a dois minutos.

Viagem?
Percorrer a mítica Estrada Nacional 2 a pé.

Quais os seus hobbies preferidos?
Sou viciado em filmes, séries e livros. Também gosto muito de assistir a concertos mas de há uns anos para cá que me sinto mais confortável em palco do que na plateia.

Se pudesse alterar um facto da história qual escolheria?
Embora seja algo muito apetecível acho que não me atreveria a ser autor de tamanha façanha. Não seria capaz de arcar com a responsabilidade das potenciais consequências e repercussões.

Se um dia tivesse de entrar num filme que género preferiria?
Preferia entrar num filme estilo “Joker” ou “Die Hard”, mas só me consigo imaginar num filme de comédia.

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