A promoção da inclusão, combate à pobreza e apoio a idosos e famílias vulneráveis são objetivos do projeto Abran’Gente 5G, que arrancou em Abrantes e pretende abranger 4.460 pessoas em quatro anos, disse a coordenadora do programa.
“O Abran’Gente 5G nasceu de uma necessidade real do território e é um projeto da comunidade para a comunidade”, explicou à Lusa Sara Cardoso, técnica superior de psicologia e coordenadora do projeto.
Segundo a responsável, o programa resulta do diagnóstico social concelhio e de uma candidatura apresentada ao abrigo do programa nacional CLDS – Contratos Locais de Desenvolvimento Social, contando com um orçamento global de cerca de 720 mil euros para 48 meses.
O programa de intervenção, que vai decorrer ao longo de quatro anos no concelho de Abrantes, distrito de Santarém, conta com uma equipa multidisciplinar de sete técnicos superiores, sendo o Centro Humanitário de Abrantes/Tomar da Cruz Vermelha Portuguesa a entidade executora.
“O desafio foi lançado pela Segurança Social ao município de Abrantes e, depois, aos parceiros do conselho local de ação social. A Cruz Vermelha apresentou a candidatura em parceria com a Tagusvalley, que assume um dos eixos”, afirmou Sara Pacheco.
A coordenadora explicou que o projeto abrange quatro áreas definidas previamente no diagnóstico social do concelho: emprego e qualificação, combate à pobreza infantil e juvenil, envelhecimento ativo e intervenção em contextos sociais críticos.
“[O programa] assenta em quatro eixos diferentes, mas complementares, e o que se pretende é dar às pessoas estratégias para melhorar a sua vida, promover oportunidades e reforçar a coesão social”, atuando junto de diferentes públicos estratégicos, referiu.
Assim, o primeiro eixo, dedicado ao emprego, formação e qualificação, procura reforçar competências e apoiar a integração profissional de pessoas desempregadas, prevendo envolver 650 participantes, e é coordenado pelo Tagusvalley – Parque de Ciência e Tecnologia.
O segundo eixo, focado no combate à pobreza e exclusão social de crianças e jovens, promove o acompanhamento de proximidade, atividades culturais, educativas e desportivas, incluindo ações com famílias, com uma meta de 1.470 beneficiários.
Já o terceiro eixo centra-se na promoção da autonomia, envelhecimento ativo e longevidade, incluindo ações de combate à solidão, capacitação de cuidadores, dinamização intergeracional e promoção do empreendedorismo sénior, estimando atingir 1.630 pessoas.
Por fim, o quarto eixo aposta no desenvolvimento social, capacitação comunitária e resposta a contextos de emergência social, apoiando agregados familiares vulneráveis, promovendo a participação cívica e preparando a comunidade para cenários de exceção, com um total previsto de 710 participantes.
Ainda de acordo com Sara Pacheco, os principais desafios passam por “despertar a atenção dos jovens que estão em casa, dos desempregados de longa duração e motivá-los para a mudança”.
A monitorização será feita através de relatórios regulares, estando também previsto o envolvimento de voluntários da comunidade.
“Gostava que superássemos as metas e que este projeto fizesse a diferença na vida das pessoas, dando-lhes estratégias para transformação e inclusão”, apontou a responsável.
O Abran’Gente 5G é coordenado pelo Centro Humanitário de Abrantes/Tomar da Cruz Vermelha Portuguesa e conta com o apoio da Tagusvalley no eixo 1.
De acordo com o presidente da direção do Centro Humanitário, Nuno Dias, a instituição organiza-se em dois pilares: emergência e intervenção social.
Na “emergência” realiza transporte de doentes urgentes e não urgentes, com uma frota de 26 veículos (17 afetos ao transporte de doentes), enquanto no setor social a delegação desenvolve vários projetos comunitários, incluindo o Programa Escolhas, em Abrantes e Tomar, dirigido a crianças e jovens migrantes ou de comunidades vulneráveis.
“Trabalhamos diariamente com 15 técnicos nesta área e procuramos sempre articular com escolas e outras entidades para garantir melhores resultados, sendo que o Abran’Gente 5G é um desafio que abraçamos com entusiasmo e profissionalismo no sentido de poder intervir e dar respostas às necessidades da nossa comunidade”, afirmou.
