Os aficionados da festa brava, em solidariedade com a Associação Praça Maior, marcaram para o dia 10 de Julho, pelas 17h00, um “protesto contra a discriminação” junto à Praça de Touros Celestino Graça, em Santarém.
O protesto, mobilizado através da redes sociais, pede a comparência dos aficionados da tauromaquia para se manifestarem contra a decisão da DGS, que inviabilizou a dois dias de começar a realização da primeira de duas touradas agendadas para o espaço.
Recorde-se que a Associação Praça Maior esclareceu ontem em comunicado que as corridas foram adiadas devido a “uma nova imposição” das autoridades de saúde pública em que exigem que “todos os espectadores fossem obrigatoriamente testados nas 24 horas antes de cada espectáculo, e apresentassem teste negativo à Covid-19 para poderem entrar nos mesmos”.
Segundo a entidade sem fins lucrativos gestora da maior praça de toiros de Portugal, esta exigência da DGS bloqueou a possibilidade da realização dos espectáculos nos próximos dias 10 e 12 de Junho, obrigando a adiá-los “para data na qual se voltem a aplicar à Praça de Santarém as regras que se aplicam nas demais salas de espectáculos do país”.
As corridas iriam ocorrer com 50 por cento da lotação, mas a dois dias de ocorreram, as autoridades de saúde basearam esta “nova imposição” com um relatório da PSP referente à corrida de Setembro de 2020, onde é referido que a mesma não terá ocorrido da melhor forma.
A organização do protesto, nas imediações da Praça de Touros de Santarém, pede a todos que façam uso da máscara aquando da manifestação.
Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de Santarém, é uma das vozes que contesta e lamenta os acontecimentos que levaram ao adiamento dos espectáculos, criticando o desenrolar do processo e as explicações dadas pelas autoridades.
“Tenho de lamentar o adiamento das corridas de Junho, sobretudo pela forma como se desenrolou o processo, com regras diferentes para a Praça Celestino Graça que não são utilizadas noutras praças de toiros”, refere o autarca.
Para Ricardo Gonçalves não podem existir “umas regras ao domingo e outras à quinta; umas para Lisboa, outras para o Porto, outras para a Chamusca e para Alcochete e outras ainda para Santarém; umas para ingleses e outras para portugueses”.
“São por demais evidentes as fragilidades actuais da abordagem à prevenção da Covid-19. Não aceito diferentes pesos e diferentes medidas para situações similares”, critica.
O autarca garante que se empenhou pessoalmente para que as corridas fossem avante, com segurança e cumprindo as normas estipuladas.
“Tudo fiz para que dia 10 e dia 12 houvesse corridas de touros em Santarém, com metade da lotação da praça, e assim cumprir, à semelhança de outras corridas realizadas num passado recente, as regras de saúde pública”, assinala.
O presidente destaca a importância deste espectáculos para a tradição cultural e para a defesa da economia local.
“Este adiamento é no máximo um ‘Até já!’. Queremos que a Celestino Graça se volte a encher de vida e de cor tão rápido quanto o possível. E que se encha não pela metade, mas em tardes de lotação esgotada!”, conclui.