O 95º aniversário do historiador escalabitano Joaquim Veríssimo Serrão foi assinalado hoje, dia 8 de Julho, com uma sessão solene organizada pelo centro de investigação que tem o seu nome e pela Academia Portuguesa de História.
A sessão foi realizada online, na plataforma Zoom. A abertura dos trabalhos esteve a cargo da presidente da Academia Portuguesa da História, Manuela Mendonça, a que se seguiram as comunicações dos investigadores Fátima Reis, Vítor Serrão, Miguel Corrêa Monteiro, de Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara de Santarém, e de Martinho Vicente Rodrigues, responsável pelo Centro de Investigação Professor Joaquim Veríssimo Serrão.
Colaborador de longa data do jornal Correio do Ribatejo – publicação da qual chegou a ser ‘Director de Verão’ – o percurso de Joaquim Veríssimo Serrão evidenciou-se pela disponibilidade, empenho e entusiasmo, como referiram os oradores. Joaquim Veríssimo Serrão, cuja vasta obra de investigação não está desligada do entendimento da História como encruzilhada do saber humano, assume-se como uma das figuras marcantes da historiografia e da vida académica portuguesas da segunda metade do século XX.
Animado pelo amor ao ofício de historiador e orientado pela procura da inteligibilidade dos fenómenos históricos – que na sua obra envolve aturado estudo e conhecimento das fontes documentais – dedicou especial destaque à presença dos humanistas portugueses na cultura europeia de Quinhentos, à história local, com particular atenção por Santarém, à formação do Brasil, assim como à historiologia portuguesa e às figuras axiais da vida política portuguesa nas últimas décadas do Antigo Regime e início do Liberalismo.
Joaquim Veríssimo Serrão, natural de Santarém, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas em Coimbra, em 1948 e foi leitor de Cultura Portuguesa na Universidade de Toulouse (1950), onde se doutorou. Entre 1967 e1972 dirigiu o Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris.
Foi reitor da Universidade de Lisboa (1973), cargo de que foi exonerado, a seu pedido, em 1974. Da sua vasta produção destacam-se A Historiografia Portuguesa. Doutrina e Crítica (1972-1974), História de Portugal (12 volumes, 1977-1994) e Marcello Caetano – Confidências no Exílio (1985).
Recebeu os prémios Alexandre Herculano (1954) e D. João II (1965). Desde 1977, publicou uma História de Portugal da sua inteira autoria.Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi presidente da Academia Portuguesa da História, entre 1975 e 2006.
Recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias de Ciências Sociais, em 1995. A 9 de Junho de 2006 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.