A associação proTEJO defendeu a necessidade de uma estratégia de longo prazo para fazer face à seca que atinge o país, com a criação de corredores ecológicos de floresta autóctone, de vegetação e biodiversidade nos vales dos rios.

Numa nota, a associação ambientalista considerou que a seca “apenas pode ser mitigada com uma estratégia de longo prazo assente na criação e restauração de corredores ecológicos de floresta autóctone, de vegetação ripícola e de biodiversidade ao longo dos rios e ribeiros que permita gerar, regenerar, reter e purificar água com a finalidade de alcançar a sua maior disponibilidade e qualidade, em paralelo com o aumento da capacidade de retenção de carbono que evite a intensificação das alterações climáticas que reduzem a precipitação e acentuam os períodos de seca”.

“A inversão desta tendência de instalação de seca extrema está dramaticamente dependente de uma vontade política que ouse antecipar e alavancar a preferência pelo recurso a soluções baseadas na natureza, sendo urgente um pacote de medidas políticas que passe pela formação e incentivos à utilização das melhores práticas e tecnologias disponíveis para garantir as condições básicas de sustentabilidade da vida”, defendeu.

A associação classificou como “inúteis” as novas obras hidráulicas previstas para a bacia do Tejo, com um custo estimado de cinco mil milhões de euros, “visto que em situação de seca não dispõe de água para regularizar os caudais do rio Tejo, e em novas barragens e açudes que não geram água, mas potenciam a sua evaporação e geram mais emissões de carbono e metano que agravam as alterações climáticas”.

Entre as alternativas, a proTEJO defendeu uma regulamentação da gestão das barragens que favoreça a acumulação em anos húmidos para compensar os anos secos e a definição de caudais ecológicos que assegurem a conservação dos ecossistemas e as actividades ao longo dos rios e ribeiros.

A captação de água directamente do rio e o seu armazenamento em bacias fora do leito, o reaproveitamento de barragens inoperacionais e a dessalinização de água do mar como alternativa para fornecer água à região do Oeste, o aproveitamento e a reutilização de águas residuais devidamente tratadas são outras opções apontadas.

A proTEJO defendeu ainda que devem ser adoptadas medidas naturais de retenção de água para regadio, tendo em conta a eficiência e diminuição de perdas, para uso no sector agrícola, além do investimento na investigação, na formação e na adaptação a novas práticas agrícolas em condições de forte carência de água.

Leia também...

Escolas da região recolhem mais de seis toneladas de equipamentos electrónicos

Já são conhecidos os resultados da 1ª fase da 11ª edição da Geração Depositrão. Só no primeiro período do ano lectivo já foram recolhidas…

Santarém na primeira associação de limpeza urbana em Portugal

A primeira associação de limpeza urbana em Portugal reúne 12 municípios e quer criar parcerias para cidades mais inteligentes e sustentáveis, reforçando a mobilização…

Abertas candidaturas para constituição de sumidouros de CO2 em Santarém

A quinta edição do projecto Raízes da Sustentabilidade, promovido pela Câmara de Santarém, tem para entregar carvalhos e pinheiros mansos às famílias escalabitanas que…

Solstício de verão celebrado com conversa sobre o ambiente em Torres Novas

A Associação para a Defesa do Património de Torres Novas assinala sexta-feira o solstício de verão com uma conversa sobre “O Almonda e o…