Sentires Especiais não é apenas um livro que fala de emoções: é um relato na primeira pessoa de uma jovem que nasceu com Paralisia Cerebral e que tem lutado pela inclusão na sociedade, contra o estigma, o preconceito e a indiferença. “Este livro é uma singela homenagem a todos aqueles que passaram pela minha vida e relata os meus “Sentires”, enquanto portadora de uma diferença funcional”, diz ao Correio do Ribatejo Inês Oliveira, a autora de 25 anos, natural de Lisboa, mas a residir actualmente em Almeirim. Licenciada em Educação Social e Mestranda de Educação Especial, domínio cognitivo e motor, no ISCE, Inês quis fazer desta obra “um grito contra as mentalidades instaladas, contra uma sociedade que contínua a rejeitar as pessoas com diferença funcional. Acima de tudo, é um apelo para que a inclusão seja autêntica e não uma utopia”.

Em que altura da sua vida descobriu a vocação para a escrita?

Descobri a vocação para a escrita aos 14 anos.

O que inspirou esta sua obra, “Sentires Especiais”?

A história da minha família (os meus avós) e o facto de querer dar voz às pessoas com diferenças funcionais, enquanto portadora de paralisia cerebral.

De que trata este livro?

Este livro é uma singela homenagem a todos aqueles que passaram pela minha vida e relata os meus “Sentires”, enquanto portadora de uma diferença funcional, apelando a uma verdadeira inclusão na sociedade, pois pretendo com este livro desconstruir estereótipos e mudar mentalidades.

Como é o seu processo criativo?

O meu processo criativo parte por um lado, daquilo que sinto, das minhas emoções; na medida, em que tenho necessidade de expressar os meus sentimentos através da escrita. O acto de escrever é um acto de sofrimento que parte do centro de mim mesma, da minha essência. Por outro lado, sendo uma pessoa muito observadora, gosto de analisar o quotidiano, o comportamento das pessoas, a sua forma de ser e estar. Com essa “matéria prima” construo as minhas histórias, que no fundo são histórias de vida de cada um de nós. Embora o meu processo criativo seja um processo, por vezes, doloroso, procuro transmitir uma mensagem de esperança, persistência e resiliência a todos os meus leitores.

O que representa para si a escrita?

A escrita para mim é catártica, pois é através dela que me liberto, que exprimo aquilo que sinto e quem sou.

Que livros é que a influenciaram como escritora?

Amália, de Fernando Dacosta; A filha da minha melhor amiga, de Dorothy Koomson; Os Maias, de Eça de Queirós; O livro do Desassossego, de Bernardo Soares.

Considera que um livro pode mudar uma vida?

Sim, porque um livro pode abrir novos horizontes ao seu leitor, a sua mensagem pode ir ao encontro de uma situação que ele esteja a vivenciar ou levá-lo a refletir sobre um determinado assunto.

Tem outros projectos em carteira que

gostaria de dar à estampa?

Sim, publicar um segundo livro, fazer uma curta-metragem do livro “Sentires Especiais”, realizar um videoclipe, enveredar pela moda inclusiva e divulgar o livro “Sentires Especiais” a nível internacional.

Um título para o livro da sua vida?

A instrução dos Amantes, Inês Pedrosa.

Viagem?

Sardenha.

Música?

Mesa Para Dois, AGIR.

Quais os seus hobbies preferidos?

Escrever, ouvir música, pintar mandalas e caminhar com os meus cães.

Se pudesse alterar um facto da história qual escolheria?

A D. Inês de Castro não ter sido assassinada.

Se um dia tivesse de entrar num filme que género preferiria?

Comédia romântica.

O que mais aprecia nas pessoas?

Sinceridade.

O que mais detesta nelas?

Hipocrisia.

Acordo ortográfico. Sim ou não?

Sim

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