A Federação Portuguesa de Caça vai pedir domingo, aos deputados convidados a participar no Encontro Nacional de Caçadores, em Santarém, para que seja retirada do projecto de lei das armas a obrigatoriedade de entrega de armas recebidas por herança.

Jacinto Amaro, presidente da Fencaça – Federação Portuguesa de Caça, disse hoje à Lusa que, embora contenha outras questões que desagradam aos caçadores, a “questão base” do projeto de lei do Governo reside na obrigatoriedade da entrega de armas que estão na retenção do domicílio e que “têm valor patrimonial e sentimental para quem as tem”.

Com a confirmação da presença dos deputados Pedro Carmo (PS), Nuno Serra (PSD), João Dias (PCP) e Patrícia Fonseca (CDS), a Fencaça quer “confrontá-los” sobre a posição dos seus grupos parlamentares em relação a esta questão, disse, adiantando que existem cerca de 500.000 armas herdadas, que não são utilizadas e que têm um valor patrimonial e sentimental para as pessoas que as possuem.

No encontro estarão igualmente os candidatos ao Parlamento Europeu “que são caçadores”, Álvaro Amaro (PSD) e Nuno Melo (CDS), a quem a Fencaça quer pedir para “defenderem a caça e o mundo rural” no seio das instituições europeias, das quais emanam as diretivas que os Estados membros aplicam ao setor, como a definição das épocas venatórias para cada espécie, acrescentou.

Jacinto Amaro afirmou que uma das questões que vão querer ver abordada em Bruxelas é a do alargamento a Portugal da permissão de caça às rolas, espécie invasora que se tornou numa “praga” e veículo transmissor de doenças para outras espécies.

“Estamos preocupados com os prejuízos que elas causam. O objetivo é controlar e livrar o mundo rural de um problema”, declarou.

No XXVII Encontro Nacional de Caçadores, que reunirá milhares de pessoas no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém, vai ser ainda apresentado o Centro de Competências para o Estudo, Gestão e Sustentabilidade das Espécies Cinegéticas e Biodiversidade, criado há um ano.

Por outro lado, o diretor-geral de Alimentação e Veterinária, Fernando Bernardo, vai falar sobre as medidas adotadas para minimizar os riscos de introdução do vírus da Peste Suína Africana (PSA) em Portugal, que pode ter “um forte impacto” na perda de efetivos suínos, afetando “uma indústria forte” no país, afirmou.

A DGAV elevou o nível de alerta depois de serem confirmados quatro casos de PSA em javalis no sul da Bélgica, sublinhando Jacinto Amaro que está em análise a forma de controlar a população de javalis em território nacional, seja alargando o período de montarias e batidas (atualmente de 01 de outubro a 29 de fevereiro), seja aumentando os dias de esperas.

O encontro, que decorre no âmbito da Expocaça – Feira Internacional da Caça e das Armas, que se iniciou hoje no CNEMA, contará com a presença do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, no encerramento, a que se seguirá uma homenagem ao socialista e poeta Manuel Alegre, “pela sua intervenção na defesa da caça e das tradições”.

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