O executivo municipal de Azambuja realiza na quinta-feira uma caminhada simbólica para pedir o encerramento do aterro de resíduos instalado no concelho, que tem sido alvo de muita contestação.
Em causa está o aterro situado no Centro de Tratamento de Resíduos Não Perigosos de Azambuja, uma infra-estrutura gerida pela empresa Triaza, pertencente à SUMA, consórcio liderado pela Mota Engil, e inaugurada em 2017.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Luís de Sousa (PS) explicou hoje que a caminhada está inserida numa campanha promovida pela Movimento de Oposição ao Aterro de Azambuja (MOA-A), que tem como fim a não renovação da licença ambiental e o consequente encerramento daquela infra-estrutura.
“Será uma acção simbólica, na qual participarei eu e os senhores vereadores. Inicialmente, a ideia seria uma caminhada com toda a população, mas a situação pandémica não permite. Portanto, amanhã iremos só nós”, referiu o autarca.
O percurso atravessará o interior da vila de Azambuja e terá como destino a entrada das instalações do aterro da empresa Triaza.
Embora as restrições impostas no quadro do combate à pandemia da covid-19 não permitam grandes ajuntamentos, Luís de Sousa ressalvou que a população de Azambuja poderá organizar-se e fazer a mesma caminhada, em pequenos grupos de cinco pessoas e em dias diferentes.
“Temos a consciência de que fechar imediatamente não é fácil, mas tudo faremos para que se criem as condições para o encerramento”, sublinhou.
O MOAA chegou a ter há uma semana uma caminhada agendada com toda a população, mas o evento foi cancelado devido às restrições impostas pela covid-19.
A Lusa tentou contactar fonte da empresa Triaza, mas sem sucesso.
O aterro de Azambuja foi inaugurado em 2017 e representou um investimento de 1,8 milhões de euros, tendo desde o início da sua construção sido contestado pelos moradores e por partidos da oposição.
A este aterro, a céu aberto, chegam toneladas de resíduos vindos de Itália, Reino Unido e Holanda, sendo frequentes as queixas por causa do mau cheiro e da existência de gaivotas que remexem no lixo.
Em Fevereiro deste ano a Câmara Municipal de Azambuja decidiu não autorizar o alargamento do aterro enquanto não estiverem resolvidos em tribunal processos interpostos quer pela Triaza, quer pela população.