Exposições, conferências e concertos integram o programa comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril que a Câmara de Abrantes promove a partir de 01 de abril, procurando “chamar os jovens” a interagir com os intervenientes da história.

“Abrantes viveu o 25 de Abril com uma grande intensidade, isso está marcado e bem vincado na nossa história. Abrantes e a sua comunidade, viveu de forma muito intensa esse primeiro grito de liberdade há 50 anos, e queremos trazer para estas comemorações muita gente que viveu de forma intensa e de forma importante e relevante o 25 de Abril, quer aqui no nosso concelho, mas também na região e no país”, disse hoje à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos.

Segundo o autarca, a iniciativa tem “dois grandes objetivos”.

“Trazer homens e mulheres que fizeram parte dessa história e trazê-los para esta programação, evidenciando a importância de termos um país hoje livre, democrático, e também, por outro lado, chamar a atenção dos mais jovens e, sobretudo, daqueles que já nasceram em liberdade, da importância deste dia, do dia 25 de Abril de 1974, em todas as nossas vidas”, salientou.

Assim, no concelho de Abrantes, distrito de Santarém, as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, organizadas pelo município, vão decorrer “ao longo do ano”, com uma programação mais intensa entre os dias 01 e 30 de abril, com atividades culturais e desportivas abertas a toda a população, mas também com momentos de reflexão histórica e social.

“Queremos também nós aqui, em Abrantes, na cidade, no concelho, nas nossas várias freguesias, fazer essa reflexão, essa comemoração com todos aqueles que viveram o 25 de Abril e, sobretudo, agora com os mais novos, para lhes deixar esta mensagem da importância de preservarmos este grande valor da humanidade que é a liberdade”, indicou o autarca socialista.

Em comunicado, a Câmara de Abrantes revelou que o programa das comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril arranca dia 01 de abril, na Biblioteca Municipal, com a instalação da “Coleção Biblioteca da Censura”, com 25 livros que “não podiam ser lidos’.

As “obras proibidas e apreendidas” e que “a ditadura suprimiu da vida intelectual e cultural durante quase meio século, serão, nesta instalação, “restituídas ao público num ato de descensura”.

No dia seguinte, às 21:30, a biblioteca acolherá uma palestra sobre o “25 de Abril e o movimento dos Capitães”, com organização do Núcleo de Abrantes da Liga dos Combatentes.

Ao longo do mês existirão ainda exposições, cinema, peças de teatro, oficinas de leitura, apresentação de livros, debates e palestras em torno da liberdade, a par de várias atividades direcionadas para o público escolar.

No dia 24, às 22:00, a freguesia de Bemposta irá receber o concerto ‘Trovas da Liberdade’, ficando o dia 25 reservado às sessões solenes e ao desporto, com uma caminhada em meio rural, em Água Travessa, e o Grande Prémio de Atletismo, em Abrantes.

Ainda no dia 25 de abril, pelas 15:00, a Assembleia Municipal de Abrantes reunirá, em sessão solene, no Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME), momento que incluirá o “Concerto 25 de Abri” pela Jovem Orquestra Sinfónica do Tejo (JOST).

No dia 26 será recriada a caminhada que a população de Abrantes realizou há 50 anos, então no dia 01 de maio, rumo ao quartel da Escola Prática de Cavalaria, agora RAME, para comemorar com os militares o Dia da Liberdade.

“Noutras partes do país, como em Abrantes, as comemorações só ecoaram uns dias mais tarde, dando mais valor ao ‘Dia do Trabalhador’ e aos seus direitos”, lembrou a autarquia.

Assim, e “inspirado pelos registos videográficos do 1.º de Maio em Abrantes e das memórias de muitos dos que o viveram”, o município vai “partilhar esses momentos” através de uma “caminhada/manifestação com movimentos, palavras e cartazes produzidos pelos alunos” e “entoar hinos e cantigas de intervenção para fazer chegar a Voz da Liberdade às ruas de Abrantes”.

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