No dia 3 de Abril de cada ano, Santarém presta homenagem a Salgueiro Maia, o “Capitão sem Medo”, que liderou as tropas da Escola Prática de Cavalaria (EPC) para Lisboa durante a Revolução dos Cravos de1974.
Este ano, a Câmara Municipal de Santarém, as Comemorações Populares do 25 de Abril – Associação Cultural e a Associação Salgueiro Maia organizaram uma cerimónia para marcar os 31 anos da morte de Salgueiro Maia.
A homenagem teve lugar junto à estátua do Capitão de Abril, onde foram depositadas coroas de flores e realizados discursos em sua memória.
Salgueiro Maia é um símbolo da luta pela liberdade e da coragem de enfrentar o regime ditatorial que governava Portugal antes do 25 de Abril. A sua memória é evocada em todo o país como um exemplo de determinação na luta pela democracia.
Nascido em Castelo de Vide, a 1 de Julho de 1944, Salgueiro Maia ingressou na Academia Militar em 1964. Terminado o curso, ingressou na EPC, onde foi comandante de instrução e em 1968 com a Guerra Colonial em curso, partiu para o norte de Moçambique integrando a 9ª Companhia dos Comandos.
Em Março de 1971, foi promovido a Capitão e, em Julho desse mesmo ano, embarcou para a Guiné. De regresso a Portugal, dois anos depois, voltou a Santarém, à EPC.
Participou em reuniões clandestinas do Movimento das Forças Armadas (MFA), integrando, como delegado da Cavalaria a Comissão Coordenadora do Movimento e, no 25 de Abril de 1974, ao princípio da Madrugada, rumou para Lisboa para por fim a um regime ditatorial de quatro décadas.
Em 1983 recebe a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, em 1992, a título póstumo, o grau de Grande Oficial da Ordem da Torre e Espada e em 2007 a Medalha de Ouro de Santarém.
Em 1989 foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa que, apesar das intervenções cirúrgicas no ano seguinte e em 1991, o vitimaria a 3 de Abril de 1992.