A Carta Arqueológica Municipal foi apresentada numa sessão que teve lugar esta sexta-feira, dia 7, pelas 21h30 na sala da assembleia da Junta de Freguesia de Alcanede, por António Matias, Arqueólogo, na companhia de Inês Serafim, Geógrafa, dois elementos da Equipa Municipal de Arqueologia que contribuíram ativamente para a elaboração desta preciosa publicação.

A apresentação que teve como objetivo “fomentar o diálogo com a população, despertar consciências sobre a memória coletiva e identidade local, formar e sensibilizar para a preservação e salvaguarda patrimonial”, contou com a presença de Jorge Rodrigues, Vereador da Câmara Municipal de Santarém, Manuel Joaquim Vieira, Presidente da Junta de Freguesia de Alcanede (JFA), José Manuel Pereira, Secretário da JFA, Carmen Antunes Santos, Tesoureira da JFA, e Helena Vieira, Diretora do Agrupamento de Escolas D. Afonso Henriques, entre outros/as.

António Matias considera que há muito para descobrir nas zonas rurais do concelho de Santarém, como é o caso de Alcanede, sobretudo na zona do Castelo. Para conhecermos melhor como foi feita a ocupação humana e a sua concentração junto dos recursos naturais, como as redes hidrográficas, neste caso: o Rio Maior e o Alviela. É preciso procurar, identificar e georreferenciar, para documentar cientificamente cada achado arqueológico. Nesse importante trabalho, a Equipa Municipal de Arqueologia conta com o apoio dos\as Munícipes para darem contributos que possam enriquecer a base de dados científicos.

A Carta “é um instrumento determinante para o desenvolvimento sustentável de Santarém e para a definição das suas políticas de ordenamento do território, cujo trabalho de atualização vai continuar nas próximas décadas”. Na sua opinião, “o conhecimento e a valorização do património arqueológico é de grande importância, tanto mais quando se procura que este sirva de base à criação de um instrumento eficaz de gestão do território (Plano Diretor Municipal) que permita salvaguardar, estudar, valorizar e proteger um traço fundamental da memória e identidade do concelho de Santarém. A elaboração da Carta Arqueológica de Santarém em base informática georreferenciada foi um dos projetos assumidos pela autarquia scalabitana desde 2002, altura do primeiro relatório de progresso”, adiantou.

O Arqueólogo, referiu que “no âmbito da atual Revisão do Plano Diretor Municipal, a Equipa Municipal de Arqueologia assegurou a elaboração da Carta de Sensibilidade Arqueológica do Concelho de Santarém. Entre 2013 e 2017, foi possível apresentar, pela primeira vez, a caraterização das referidas Áreas de Sensibilidade Arqueológica e a Carta de Graduação das Restrições Arqueológicas, tendo como base a localização e relocalização de arqueossítios”.

“Na primeira parte do livro, apresenta-se a Carta Arqueológica e na segunda algumas sínteses elaboradas por diferentes especialistas. Aqui encontram-se textos sobre os geossítios da área do município, dá-se a conhecer os primeiros elementos da Pré-História Antiga e Recente de Santarém, novos dados sobre a presença romana e visigótica, o castelo medieval de Alcanede e o antigo Convento de S. Domingos e percorre-se mais de duas dezenas de troços muralhados existentes na cidade de Santarém”, explicou o Arqueólogo.

António Matias não têm dúvidas que se trata de “um livro eclético, que tanto pode ser lido pelo especialista, como pelo simples munícipe que quer elevar o conhecimento patrimonial do seu município. Por outro lado, pretende ser também um manual de boas práticas, para que todos percebam como funciona a arqueologia em Portugal e no próprio concelho de Santarém”.

Esta publicação de referência contou também com os contributos de investigadores convidados, nacionais e estrangeiros, representando instituições como a Direção Geral do Património Cultural, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Universidade de Lisboa, Universidade do Algarve, Universidade do Minho, Universidade Nova de Lisboa e Simon Fraser University (Vancouver, Canadá).

De referir que a publicação “Santarém. Carta Arqueológica Municipal” traz como anexo um DVD, onde, em suporte digital, podem ser consultadas todas as fichas de cada um dos 461 sítios arqueológicos inventariados. Quem quiser adquirir o Livro, pode fazê-lo na Biblioteca Municipal de Santarém, onde também pode fazer a consulta. Todos\as interessados\as em conhecer a Carta podem fazê-lo em qualquer Junta de Freguesia do Concelho, onde há pelo menos um exemplar à disposição dos\as leitores\as.

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