A Comissão de Luta Anti-Poluição do Alviela (CLAPA) denunciou um novo episódio de poluição ocorrido no passado dia 2 de Junho, no Rio Alviela, onde mais uma vez o curso de água ficou com acastanhado e cheiro nauseabundo.

Segundo a CLAPA, esta “agressão ambiental” com despejo de urina e outros resíduos provenientes das agro-pecuárias, teve origem nos lugares de Rodeados e Secalina, junto à zona da Anaia, na União de Freguesias de Casével e Vaqueiros e freguesia de Pernes, do concelho de Santarém.

Perante este novo episódio de poluição, a CLAPA volta a pedir a intervenção das entidades competentes para aquilo que considera ser “um grave atentado à saúde pública”, adiantando que os locais onde acontecem as descargas estão “devidamente identificados”, e que esta é uma “gravíssima situação de poluição da água do rio, do ar, dos solos, dos lençóis freáticos, de destruição da fauna e da flora, destrói todo o ecossistema do corredor do Alviela”.

“É caso para afirmar que falta fazer justiça! Reafirmamos a urgência de serem corrigidos os diversos erros e omissões, coisas que foram esquecidas aquando da realização do estudo de impacto ambiental para a construção destas agro-pecuárias intensivas”, refere uma nota de imprensa da CLAPA.

A CLAPA exige aos ministérios do Ambiente, da Agricultura, da Saúde, da Indústria, da Coesão Territorial e da Administração Interna: o regresso imediato de guarda-rios para fazer a guarda e a proteção regular de todo o nosso rio desde a nascente até à foz; – a colocação de câmaras de vídeo vigilância nos diversos pontos críticos do Alviela (perfeitamente referenciados) onde costumam ocorrer as descargas poluentes para que a impunidade acabe de vez;- a realização de análises à água, ao ar, assim como aos solos confinantes do rio nos mesmos locais críticos e a respectiva divulgação publica desses resultados para que haja rigor e transparência;- a realização de exames de saúde às populações ribeirinhas do Alviela. Aconteceram já imensas mortes cuja principal suspeita é este flagelo da poluição;- a instalação bem próxima do do rio Alviela de gabinetes de trabalho com os recursos humanos necessários da Agência Portuguesa do Ambiente, da Direcção Regional de Agricultura e Pescas, da Inspecção Geral da Administração do Território, da Entidade Regional de Saúde, do Serviço de Protecção da Natureza da GNR;- o estudo rigoroso acerca da real capacidade da estação de tratamento de águas de Alcanena e de todo o sistema que faz o tratamento dos resíduos da indústria de curtumes;

“Quem toma decisões sobre a nossa qualidade de vida bem como sobre o rio Alviela deve estar no terreno junto às diversas populações de forma ao longo dos 365 dias do ano! Este enorme passivo ambiental com a evidente diminuição da qualidade de vida, da fuga de quem pode fugir destes lugares nauseabundos, de empobrecimento porque a actividade agrícola, comercial, ou industrial terminou – todo este cenário de mau estar tem que acabar! Está prestes a ser implementado o Plano de Recuperação e Resiliência com imensos milhões para realizar boa obra pública”, assinala a mesma nota.

Para a CLAPA, as diversas comunidades ribeirinhas do rio Alviela “merecem e devem ser compensadas dos enormes prejuízos derivados da poluição que acontecem há mais de 60 anos, com boa obra pública!”.

“É tempo de acabar com a falta de transparência! É tempo de os decisores políticos passarem das palavras à acção! É tempo de libertar o Alviela da poluição!”, conclui.

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