Dotado com relvado e cerca de uma centena de colmos, bar com esplanada, restaurante e uma zona de espreguiçadeiras, jacuzzi, dois jogos de água, uma cascata, piscina de ondas, escorregas com três pistas e dois em caracol, uma piscina para crianças e um chapinheiro para bebés, o Parque Aquático de Santarém é uma alternativa segura para quem quer trocar a praia por um equipamento que disponibiliza momentos de diversão. A empresa tem investido na manutenção e substituição de equipamentos, bem como no reforço do número de nadadores, num esforço para “elevar a qualidade e a segurança”.

Mesmo a funcionar a cerca de 50 por cento da sua capacidade máxima, devido às normas de contingência da DGS, o Complexo Aquático de Santarém regista, neste mês de Agosto, uma afluência superior ao ano de 2019. “As pessoas sentem segurança para vir até nós e a usufruírem deste espaço”, garante João Teixeira Leite, administrador executivo da Viver Santarém, empresa municipal que gere o Complexo Aquático e as infra-estruturas desportivas municipais e opera na organização de eventos, como o Festival Nacional de Gastronomia.

Como está a decorrer esta época balnear no Complexo Aquático de Santarém?

O balanço está a ser francamente positivo. O mês de Agosto de 2021 está a ser mais forte que o mês de Agosto de 2019, ou seja, antes da pandemia. As pessoas sentem segurança para vir até nós e a usufruírem deste espaço. Estamos a ter mais pessoas a vir até Santarém e aproveitamos esse facto para desenvolver uma política intensa de incentivar as pessoas a conhecer o resto do território. Cerca de 80% das pessoas que frequentam o Complexo Aquático são de concelhos vizinhos e da Grande Lisboa e fizemos questão que conheçam o resto do concelho. Colocámos um mural no Complexo com o objectivo de incentivar os milhares de visitantes que diariamente procuram este equipamento a viverem Santarém. São mais de 70 metros de cumprimento ao longo da fachada frontal do Complexo, com imagens ilustrativas e localização GPS dos principais monumentos e eventos do Concelho que mostram o que de melhor Santarém tem para oferecer. Hoje, estes milhares de pessoas sabem que Santarém tem um centro histórico lindíssimo, tem um património cultural edificado belíssimo e também merece ser visitada.

Isso é uma forma também de utilizar as visitas e o próprio complexo aquático para divulgar o património da cidade?

Sim. Com todo o impacto que isso tem, não só para a visitação do território, mas também para a economia local. O nosso comércio e os nossos restaurantes acabam por beneficiar dessa interacção. Se estamos recordados, em 2019, antes da pandemia, promovemos, através da deslocalização das pessoas com um autocarro turístico, essa visitação e queremos que depois da pandemia, em 2022, possamos retomar essa actividade e colocar essas pessoas a usufruir durante o dia do nosso planalto, do nosso espaço público.

Santarém dispõe destas magnificas instalações, sendo um bom cartão de visita, vir conhecer o nosso lindíssimo Centro Histórico, desfrutar da nossa maravilhosa Gastronomia e dar um bom mergulho no Complexo Aquático de Santarém, é uma excelente opção para os Portugueses conheceram o que de melhor existe na Capital do Ribatejo.

De onde é oriunda a maior parte das pessoas que vem a Santarém no Verão?

A grande maioria vem da Grande Lisboa. Temos esses dados disponibilizados pela ticketline. Uma fatia grande dos utilizadores, cerca de 80%, provém da Margem Sul (Lisboa, Loures, Vila Franca de Xira, Sintra e Almada), tanto em grupo como em família, quer durante a semana quer ao fim-de-semana.

As perspectivas animadoras em termos de afluência deixam margem para o Viver Santarém ficar confortável?

Sim, claramente. É também um objectivo permanente nosso, do conselho de administração, no momento difícil que estamos a viver, optimizar os recursos existentes. Quando a receita está a aumentar, e isso é factual – reforço que o mês de Agosto está a ser positivo – significa que a Viver Santarém fica mais confortável para que também possa fazer outros investimentos e para que, no momento difícil que estamos a viver, não exista aqui um esforço por parte do município para repor equilíbrio financeiro na empresa. É esse um foco que nós temos porque, apesar de um ano difícil, é um ano em que a Viver, para além desta actividade, está a investir também noutras actividades, como é o caso do que estamos a fazer no Chã das Padeiras. Por outro lado, hoje temos dezenas e dezenas de crianças a viver um dia de alegria através dos nossos técnicos de desporto e dos nossos professores, porque temos aqui um conjunto de actividades lúdicas para que as crianças do nosso concelho tenham uma resposta diferente. Crianças da comunidade em geral, mas também de instituições de solidariedade, onde tivemos em consideração as dificuldades que essas instituições vivem, com um preço diferenciado. No fundo, como já referi, com os recursos que temos, criámos novas e dinâmicas respostas, aumentado assim a actividade da empresa.

É o segundo ano em que o complexo funciona em tempos de pandemia. Que medidas de segurança foram adoptadas?

Já temos a experiência do ano anterior e, nesse sentido, cumprimos à risca as normas da DGD. Desenvolvemos um conjunto de procedimentos internos para que as pessoas sintam segurança. Queremos dizer à população em geral que temos todas as medidas de segurança. Que nos podem visitar, que podem desfrutar deste espaço magnífico.

Cumprimos não só com essas medidas e com as regras que foram estipuladas pelas instituições de carácter nacional, nomeadamente a Direcção Geral de Saúde (DGS) mas também elaborámos os nossos próprios planos de contingência. Tendo em conta este facto, podemos dizer às pessoas que, ao virem ao Complexo Aquático sabem que estão em vigor um conjunto de regras que promovem a segurança.

A área é vasta. Isso oferece um distanciamento grande entre os utentes. Marcámos, igualmente, todos os espaços de fila de espera, para promover o distanciamento. Temos, em toda a estrutura, um conjunto de postos de gel desinfectante e existem vários pontos também para desinfectar os pés e calçado.

Nas áreas comuns, reforçámos os recursos humanos para que a limpeza das casas de banho, balneários e áreas comuns possa ser feita de forma frequente. Todo o espaço é desinfectado, todos os dias, nos espaços comuns, nas espreguiçadeiras, entre outros equipamentos. Em suma: existe uma grande mobilização de recursos humanos, de equipamentos e de material para que essa segurança seja uma realidade. Este ano, reforçámos a interacção com a ticketline, para evitar filas de espera: as pessoas podem chegar ao complexo com o bilhete, evitando aglomerados. Instalámos também dois quiosques multimédia onde as pessoas podem adquirir o seu bilhete e evitar filas e aglomerados. Estamos com limitação de espaço a 1116 pessoas, das 2 mil que podemos ter. Ou seja, a 54% da lotação. Isso é outra medida e somos bastantes cumpridores. O que num espaço tão grande como este, 1000 pessoas é a garantia que estão de forma completamente confortável e segura.

Por outro lado, a actividade da Escola Municipal de Natação não foi interrompida durante a época balnear. Tínhamos 1700 alunos e a pandemia fez com que reduzíssemos para 1000 pois temos de limitar o número de pessoas utilizadoras nos diversos planos de água. Mas a nossa esperança é que consigamos recuperar para o número antes da pandemia. Para manter este número de alunos, alargamos os nossos horários e as nossas respostas. Mas isso possibilitou a que o número ainda seja considerável.

Portanto, as pessoas sentem-se seguras a vir a Santarém e a este complexo?

Isso é algo a que estamos particularmente atentos: realizámos inquéritos sistemáticos. Uma das questões no inquérito é acerca do que os faz vir a Santarém neste tempo de pandemia. E é a segurança das nossas instalações que aparece como resposta destacada e isso é algo que nos deixa bastante satisfeitos porque somos rigorosos com essas regras.

As pessoas ao virem ao nosso complexo podem aproveitar um dia completo com respostas diversificadas. Existe todo um conforto e diversão ao longo do dia. Promovemos parcerias com ginásios do nosso concelho e ao longo do dia fazemos várias aulas para promover a actividade física dentro de água e promover o dinamismo e o movimento. Temos uma área de restauração que deu um salto qualitativo significativo. Temos aqui três empresários do nosso concelho que ganharam o concurso que lançámos e temos hoje um restaurante muito apelativo. Temos, também, dentro do próprio espaço, mascotes e diversão para os mais pequenos, alguma interacção com aves para poderem tirar fotografias em família. Temos movimento, desporto, actividades lúdicas, piscinas de ondas, escorregas. É um dia que podem vir com família ou amigos que se vão divertir. Sempre com este apelo: usufruam também de todo este concelho.

As piscinas do Complexo Aquático de Santarém obtiveram, já no ano passado o “Selo de Qualidade Portugal a Nadar Seguro” atribuído pela Federação Portuguesa de Natação, que confirma as instalações estão de acordo com as normas da Direcção Geral de Saúde. Este selo de qualidade surgiu, precisamente, no seguimento da implementação de um conjunto de procedimentos que foram ao encontro das recomendações emitidas pela DGS.

Apesar de 2019 ter sido um ano difícil, a empresa conseguiu apresentar resultados positivos. Que estratégia de gestão foi adoptada para o conseguir?

A minha área é de economia e gestão e há uma frase que resume a nossa área de intervenção quando estamos à frente de uma organização: “fazer mais com menos” e optimizar os recursos. Foi o esforço colectivo de homens e mulheres que compõem o universo de trabalhadores da Viver Santarém que foi possível com eles concretizar esse objectivo. Utilizámos os recursos da empresa ao máximo, terminámos com todos os regimes de outsourcing que existiam e isso permitiu uma poupança significativa. Para se ter noção, o equilíbrio financeiro feito no final do ano foi de aproximadamente 500 mil euros, mas a quebra de receita da Viver foi de 1 milhão e 100 mil euros. Ou seja, há aqui um esforço significativo. Os parceiros privados não deixaram de investir na Viver porque nós fomos à luta, não cruzámos os braços, do ponto de vista de eventos. Realizamos as Festas de S. José online, de alta qualidade. Começámos a iniciativa do Saberes e Sabores e marcas nacionais investiram. Juntando todas estas peças, não deixando de fazer acontecer, criando motivação para continuarem a investir, e optimizando os recursos, fez com que chegássemos ao final do ano e apresentássemos um resultado positivo e isso deve-se a todos, sem excepção.

O complexo tem um papel muito relevante da receita da Viver Santarém. Qual é o peso desta infra-estrutura nas contas da empresa?

O complexo, num ano sem pandemia, tem um impacto de um milhão de euros na receita da Viver Santarém. É muito significativo. O ano passado, a quebra foi grande. Este ano, tendo em conta o número de visitantes, e por aquilo que está a acontecer no mês de Agosto e se o tempo nos ajudar, vamos ter uma receita interessante, muito interessante, face ao momento difícil. O orçamento ronda os 2,7 milhões, portanto, dá pra perceber que o impacto é muito importante. É bom que todos percebam, em Santarém, que esta infra-estrutura permite à Viver que os recursos aqui libertados possam colmatar outra das áreas que é um dos focos da empresa, que é a manutenção das infra-estruturas desportivas. Nós temos um contrato programa com a câmara municipal e estamos muito abaixo daquilo que é o limite legal das transferências por causa da receita do complexo. Essa receita permite, mesmo num ano difícil, não deixamos de investir nas infra-estruturas desportivas e um bom exemplo disso é o nosso trabalho no Chã das Padeiras.

Este ano, foram feitos investimentos aqui no recinto?

Sim. Fizemos, essencialmente, investimentos de manutenção, cobertura do edificado e investimos também nas mudanças das pistas que temos num dos planos de água onde fizemos as alterações para atribuir mais conforto. De facto, se não tivesse sido um ano tão difícil, o nosso objectivo era ter investido nos planos de águas. Posso adiantar que estamos a preparar um plano de investimento nesta zona que vai potenciar um aumento de fruição de pessoas de uma forma muito acentuada. É o objectivo do município e da Viver Santarém, poder aumentar a resposta que existe hoje no complexo.

Esses investimentos tiveram reflexo no preço do ingresso?

Existiu uma ligeira actualização no preçário de cerca de 10 por cento. Há um aumento de custos para manter a segurança e higiene do espaço que levou a um aumento do preço do bilhete, que as pessoas agradecem porque sabem que a segurança é garantida. Sem esse aumento, o esforço do município seria diferente. É um aumento confortável e que deixa as pessoas confortáveis. A parceria com a ticketline e com os quiosques também foram um investimento considerável, que fez com que esse aumento de preços ajudasse a colmatar esse esforço.

Como está o projecto do Parque de Caravanismo previsto para as imediações do Complexo aquático?

Este será um projecto muito importante para Santarém e já temos financiamento comunitário aprovado. A obra vai iniciar, previsivelmente no mês de Outubro e o prazo de execução ronda os 3 ou 4 meses. Portanto, estará concluída no início de 2022.

Estamos a falar, repito, de de uma resposta importante para Santarém. Temos o projecto concluído. Está neste momento a tramitar a questão do lançamento do concurso para a obra.  O projecto obteve aprovação de Fundos Comunitários, através do Programa Valorizar – Linha de Apoio à valorização Turística do Interior do Turismo de Portugal, no montante de 99.400 €, sendo o investimento de 180.000€.

A construção do Parque de Caravanismo junto ao Complexo Aquático Municipal é a primeira fase de um projecto mais amplo que contempla a construção de um Parque de Campismo e Bungalows.

Este projecto, claramente, pretende dinamizar novas áreas de negócio na Viver Santarém: 80% dos utilizadores do Complexo Aquático são oriundos de outros Concelhos, sendo por isso necessário criar condições para que estas pessoas fiquem mais tempo em Santarém, promovendo desta forma a dinamização da economia local.

O Parque de Caravanismo contempla um posto de atendimento automático, 16 lugares para autocaravanas, um parque infantil, diversas zonas com pontos de água e electricidade, estação de serviço, zona de churrasqueira com diversas mesas de apoio e uma ampla zona verde.

Durante a fase de confinamento, a empresa não parou. Continuo a reinventar-se com projectos online. Alguns desses vão manter-se ou foram abandonados?

As pessoas estão com muita vontade da presença física, mas se acho que aprendemos algo com a pandemia foi que precisamos de fazer uma interacção entre o online e o presencial. Por exemplo, as Festas de S. José: não conseguíamos que 155 mil pessoas que visualizaram o concerto do David Antunes num espaço físico. Era impossível. Acho que vamos querer sempre complementar aquilo que for a oferta física com a oferta online. Obviamente que queremos todos voltar ao espaço físico, voltar-nos a abraçar e festejar com festa e alegria, na Feira Nacional de Gastronomia ou nas Festas de S. José, mas vamos complementar com o online.

A cidade tem actualmente um clube na Liga 3. Estão a ser feitas diversas melhorias no campo de futebol Chã das Padeiras. É importante para a cidade esta aposta no desporto?

Sem dúvida. A aposta no desporto tem vindo a ser seguida ao longo dos últimos anos. Uma sociedade feliz, saudável e um município que queira transmitir aos jovens comportamentos saudáveis, seguros e equilibrados, deve investir no desporto.

E temos feito esse investimento nas infra-estruturas, como a obra em Alcanede do pavilhão desportivo que está a terminar. Vai ser lançado, igualmente, um concurso para um pavilhão em Pernes. Estamos a remodelar o campo da Escola Agrária.  Estamos a investir na zona da Ribeira de Santarém e o investimento no Chã das Padeiras foi para dar mais conforto às estruturas desportivas. Estamos a fazer esse investimento. É estratégico para um território ter um clube na posição em que se encontra a União de Santarém e ficamos felizes, entusiasmados e motivados por perceber que a ambição do clube é subir de divisão. Isso vai projectar Santarém, dignificar a estratégia desportiva de Santarém e vai trazer mais público e, sobretudo, vai incentivar os jovens a promover a prática desportiva. Isso é muito importante para a saúde e equilíbrio de todos nós e para o futuro de Santarém.

Outra das iniciativas emblemáticas da Viver Santarém é o Festival Nacional de Gastronomia. Houve condicionantes este ano, mas conseguiram reinventar-se e encontrar uma estratégia de dar a provar Portugal nos restaurantes da região. Como está a decorrer a iniciativa? Que balanço faz até ao momento?

O balanço é extremamente positivo. O festival e, eu tenho dito isto em várias ocasiões, tem força suficiente para ser vivido ao longo do ano. Eu acho que algo que nos trouxe 2020 e 2021, é perceber, definitivamente, que o Festival, hoje, vai ser vivido ao longo de todo o ano. Esta iniciativa de provar Portugal na restauração de Santarém trouxe a capacidade – que também era um objectivo claro do actual conselho de administração e do presidente do município – de uma vez por todas, o Festival dar as mãos com a nossa restauração. Os restauradores e os empresários estão muito satisfeitos com o evento. É a possibilidade de trazer ao nosso concelho o melhor da gastronomia nacional, a possibilidade provar Portugal nos nossos restaurantes, e isso dinamiza os nossos restaurantes, mas afirma a nossa estratégia de fazer Santarém a capital nacional da gastronomia e fazer o nosso festival vivido ao longo do ano. Esta iniciativa traz essa capacidade. Lançámos, pela primeira vez este ano, o Santarém Petiscos e Vinhos do Tejo, que se vai repetir, sendo a nossa intenção ser durante todo o mês de Maio onde os restaurantes vão interagir com a comunidade, disponibilizando petiscos com os nossos vinhos do Tejo. Se tudo correr como está a correr, com a pandemia e a vacinação, de 22 de Outubro a 1 de Novembro, vamos realizar a 40ª edição do Festival da Gastronomia com a festa que merece.

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