A Assembleia de Investigadores do próximo dia 27 de Março, pelas 18h00, no Centro de Investigação Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão (CIJVS) contará com a conferência de Ana da Silva intitulada “Animação Teatral em Contexto Prisional. História e Resultados do Projeto no Estabelecimento Prisional de Alcoentre”.
O projecto envolve estudantes da Licenciatura em Educação Social da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém. Esta conferência, de entrada livre, enquadra-se nas Comemorações do Teatro na cidade e município de Santarém.
No dia seguinte, 28 de Março, pelas 18h30, no CIJVS terá lugar a Assembleia de Investigadores número 128, durante a qual será proferida a comunicação “A dimensão etnográfica na escrita de Alves Redol”, pelo Antropólogo, Mestrando Ludgero António de Jesus Mendes.
Completa-se este ano o cinquentenário sobre o infausto falecimento do escritor neo-realista António Alves Redol (29-12-1911/29-11-1969), data que pela estatura cívica do Homem e pela relevância da sua Obra, cumprirá que seja justa e adequadamente celebrada.
Alves Redol convocou para o exercício do seu ofício de escritor uma dimensão até aí quase ignorada entre os romancistas portugueses – a de etnógrafo. E a nível mundial foi, igualmente, um precursor, posto que o método etnográfico, estruturado a partir da experiência de Bronislaw Malinowski, partilhada no livro “Os Argonautas do Pacífico Ocidental” (1922), estava ainda muito pouco divulgado entre a comunidade científica e, mais ainda, entre os escritores.
Antes de produzir as suas narrativas, algumas das quais verdadeiramente sublimes, Alves Redol integrava-se nas comunidades sobre as quais, depois, relatava o seu quotidiano, as suas expectativas e as suas frustrações, os seus sonhos e os seus desencantos, e, sobretudo, as lutas sociais tão prementes entre uma classe de proprietários e industriais, rica e poderosa, e uma classe de assalariados, tão pobres e tão frágeis até ao limite da sua subsistência, nem sempre assegurada.
É sobre esta dimensão etnográfica de Alves Redol que assenta esta comunicação que abordará o ensaio etnográfico “Glória – Uma Aldeia do Ribatejo” (1938) e outras experiências etnográficas do prestigiado Autor vila-franquense.