O Município de Constância vai assinalar o quinto centenário do nascimento de Camões, de 06 a 10 de junho, com um programa comemorativo que, durante cinco dias, visa homenagear o poeta e a sua relação com a vila.
Com o mote Camões em Constância, 5 Séculos, 5 Dias, o município refere, em comunicado, que “Constância tem com Camões uma muito antiga e arraigada relação de afeto, fundada na plurissecular tradição de que o épico terá vivido na vila durante algum tempo”, tendo ali “escrito parte da sua produção poética”.
Nesse sentido, e “visando aprofundar e afirmar a relação do poeta com a vila de Constância”, a Câmara Municipal “lançou o desafio às entidades do concelho para em conjunto se construir um evento comemorativo”, e que resultou num programa que vai decorrer de 06 a 10 de junho, integrando a XXVII edição das Pomonas Camonianas.
Exposições, conferências, patinagem, música, dança, poesia, caminhada, orientação, uma feira de antiguidades e velharias, a Taberna Quinhentista e o já tradicional Mercado Quinhentista, onde serão vendidos os frutos e as flores referidos por Camões na sua obra, são algumas das iniciativas que integram o programa.
As comemorações iniciam-se no sábado, 06 de junho, às 14:30, na Casa Memória de Camões, com a inauguração da exposição “Camões: Vida e Obra” (oferecida pelo Instituto Camões), seguida da apresentação do livro “Saber os Lusíadas”, pela autora Cecília Resende.
No dia seguinte, a Igreja da Misericórdia será o palco da conferência “Artes em Punhete: no Tempo de Camões”, pelo professor Victor Serrão, com o anfiteatro dos rios a receber, à noite, um concerto do Carrilhão Lusytanys com o mote “Música no tempo de Camões ao som dos sinos”.
O dia 08 de junho, que marca a abertura das XXVII Pomonas Camonianas, inicia-se na Casa Memória de Camões, às 11:00, com a conferência “Fernão Gomes (1548-1612), Pintor Amigo de Poetas e autor do retrato de Camões”, por Victor Serrão.
Entre os dias 08 e 10 de junho, o parque de merendas, situado na zona ribeirinha de Constância, na confluência dos rios Tejo e Zêzere, será transformado num imenso mercado quinhentista, retratando a época em que viveu o poeta.
A recriação histórica vai ser feita por centenas de alunos do pré-escolar ao ensino secundário, apoiados por professores e auxiliares de ação educativa do agrupamento de escolas de Constância, e encarregados de educação que se vão trajar a rigor para personificar os mercadores, membros do clero, nobres e plebeus, a par da dinamização de outras atividades.
Sobre as ruínas que o povo aponta como tendo sido as da casa que o acolheu, foi erguida a Casa-Memória de Camões para perpetuar a memória do poeta à vila ribatejana.
Em Constância, existem ainda o Monumento a Camões do mestre Lagoa Henriques e o Jardim-Horto Camoniano, desenhado pelo arquiteto Gonçalo Ribeiro Teles, que apresenta a maior parte das plantas referidas por Camões na sua obra e é considerado um dos mais vivos e singulares monumentos erguidos no mundo a um poeta.
Tendo por inspiradora Pomona, a divindade romana dos pomares e dos jardins, que Camões também cantou, o evento apresenta, na sua essência, um mercado quinhentista, com exposição e venda de frutos e flores referidos por Camões na sua obra, e vários espetáculos teatrais, poéticos e musicais.