Anteontem, cerca das 1h30 da madrugada, depois de grande expectativa e de ter dado algumas imagens dos acontecimentos do dia, a Radiotelevisão fez, seguidamente a apresentação dos membros da Junta de Salvação Nacional:

Capitão-de-fragata Antonio Alba Rosa Coutinho; capitão-de-mar-e-guerra José Baptista Pinheiro Azevedo; general Francisco da Costa Gomes; General António de Spínola; brigadeiro Jaime Silvério Marques; coronel Carlos Galvão de Melo; e general Manuel Diogo Neto (ausente).

E, imediatamente, o general António de Spínola leu: “Em obediência ao mandato que acaba de lhe ser confiado pelas Forças Armadas, após o triunfo do Movimento em boa hora levado a cabo pela sobrevivência nacional e pelo bem-estar do Povo Português, a Junta de Salvação Nacional, a que presido constituída por imperativo de assegurar a ordem e de dirigir o País para a definição e consecução de verdadeiros objectivos nacionais, assume perante o mesmo o compromisso de:

– Garantir a sobrevivência da Nação, como Pátria Soberana no seu todo pluricontinental;

– Promover, desde já, a consciencialização dos Portugueses, permitindo plena expressão a todas as correntes de opinião, em ordem a acelerar a constituição das associações cívicas que hão-de polarizar tendências e facilitar a livre eleição, por sufrágio directo, de uma Assembleia Nacional Constituinte e a sequente eleição do Presidente da República;

– Garantir a liberdade de expressão e pensamento;

– Abster-se de qualquer atitude política que possa condicionar a liberdade da eleição e a tarefa da futura Assembleia Constituinte e evitar por todos os meios que outras forças possam interferir no processo que se deseja eminentemente nacional;

– Pautar a sua acção pelas normas elementares da moral e da justiça, assegurando a cada cidadão os direitos fundamentais estatuídos em declarações universais e fazer respeitar a paz cívica, limitando o exercício da autoridade à garantia da liberdade dos cidadãos;

– Respeitar os compromissos internacionais decorrentes dos tratados celebrados;

– Dinamizar as suas tarefas em ordem em que no mais curto prazo o País venha a governar-se por instituições de sua livre escolha;

– Devolver o poder às instituições constitucionais logo que o Presidente da República eleito entre no exercício das suas funções.

(In: Correio do Ribatejo de 27 de Abril de 1974)

Pode consultar estas e outras notícias no Arquivo do Correio do Ribatejo em https://arquivo.correiodoribatejo.pt/

Leia também...

Uma Escola do presente a preparar-se para o futuro

A Escola Superior de Saúde de Santarém (ESSS) assinala, no próximo dia…

Capturado homicida que tinha fugido da cadeia de Torres Novas em Fevereiro

A GNR capturou, no concelho da Covilhã, um homem de 38 anos…

Quatro detidos em Santarém por assalto a taxista esta madrugada

O Comando Distrital de Santarém da PSP, através da Esquadra de Investigação…

Voluntários retiram 1500kg de resíduos do Polje de Minde

Cerca de 1500kg de resíduos foram removidos do Polje de Minde no…