A mascarada marcial que na terça-feira se organizou na Ribeira e percorreu a cidade na melhor ordem, bivacou por algum tempo na Praça Oliveira Marreca onde foi distribuído o rancho. 

Tudo decorria na mais franca e salutar galhofa, quando um ébrio se lembrou de apoucar com ditos de desprezo a mascarada. 

Escusado será dizer que a tropa da vassoura, contrariando a doutrina evangélica do falecido chefe do governo Zé Domingues dos Santos, começou a vassourar o atrevido sectário de Baco, intervindo a polícia para proteger o ferido que, querendo aproveitar o vinho fornecido à tropa, não quis aproveitar-se dos serviços da ambulância. 

Os ânimos azedaram-se, os guardas já puxavam dos terçados, as mulheres gritavam, quando a intervenção de pessoas de respeitabilidade, pôs termo ao rebuliço. 

Simplesmente era escusado que a polícia surgisse depois, em pé de guerra, armada de espingardas para matar… a carriça!

A não se tratar de mais um episódio carnavalesco. 

(In: Correio da Extremadura de 28 de Fevereiro de 1925).

Leia também...

Arquivos de História: … pedras trabalhadas e numeradas. Por Candido Azevedo

Já aqui tive ocasião de referir a diverso tipo de fortalezas que os portugueses construíram nos diferentes territórios do seu Império. Referi na ocasião…

A Caça

Terminada a época venatória, as opiniões mais contraditórias foram emitidas no seu encerramento quanto às causas que têm vindo prejudicar este desporto.  A falta…

Canhões, explosões e destruições… Por Cândido Azevedo

Assistimos hoje diariamente em todos os canais televisivos à guerra na Ucrânia onde canhões, mísseis e drones causam, com grandes explosões, morte, caos e…

O Correio do Ribatejo e o furto do legado Braamcamp: memória de uma indignação

Na edição de 7 de Setembro de 1979, o Correio do Ribatejo fazia manchete com um dos episódios mais tristes da história patrimonial de…