O Correio do Ribatejo celebrou ontem, terça-feira, mais um aniversário com a habitual gala de homenagem a personalidades e instituições que, pelo seu mérito, dedicação e contributo, têm enriquecido de forma singular a história e a identidade da região. Ao longo dos seus 134 anos de existência, este jornal centenário, fundado em 1891, tem sido testemunha privilegiada dos acontecimentos que marcaram o Ribatejo, registando com rigor os feitos de homens, mulheres e instituições que, pelo seu trabalho, merecem o reconhecimento público.
A gala anual do Correio do Ribatejo tornou-se, ao longo dos anos, numa cerimónia de referência para a região, funcionando como um tributo colectivo à excelência daqueles que dedicam o seu talento e esforço ao desenvolvimento cultural, social, económico e desportivo do Ribatejo. Esta iniciativa do jornal não se limita a perpetuar a memória dos homenageados, mas visa também inspirar as novas gerações, mostrando-lhes exemplos concretos de dedicação e mérito.
O Correio do Ribatejo orgulha-se de manter viva esta tradição, que se traduz na valorização das pessoas e instituições que contribuem de forma significativa para a construção de uma região mais dinâmica e mais inclusiva. Num contexto em que a imprensa enfrenta desafios constantes, esta iniciativa constitui igualmente um testemunho do compromisso do jornal com os valores da verdade, do rigor e da proximidade com os leitores.
Neste ano de 2025, a cerimónia ganha especial relevo, não só pela qualidade e diversidade dos homenageados, mas também pelo simbolismo de algumas datas que se comemoram. Entre as personalidades distinguidas, há quem celebre meio século de dedicação à comunidade ou cem anos de trabalho ininterrupto em prol do bem comum. Outros, embora já desaparecidos, deixaram um legado que perdura e que merece ser recordado e celebrado.
Os homenageados deste ano representam áreas tão diversas como a cultura, a solidariedade, a tauromaquia, a música e a religião. Cada um, à sua maneira, deixou uma marca indelével na história da região, seja através da sua intervenção pública, do seu contributo artístico, do seu trabalho social ou da sua dedicação a causas que ultrapassam o interesse pessoal.
A edição de 2025 da Gala do Correio do Ribatejo distingue oito nomes que, pelo seu percurso e acção, se tornaram símbolos de dedicação e excelência. Ao longo desta edição especial do jornal, será possível conhecer em detalhe o trabalho desenvolvido por cada um dos homenageados e perceber o que os torna merecedores deste reconhecimento público. Este é, pois, um momento de celebração, mas também de reflexão sobre o papel que cada um de nós pode desempenhar na construção de um Ribatejo melhor.
O Correio do Ribatejo, fundado a 9 de Abril, celebrou mais um aniversário com a habitual gala de homenagem a personalidades e instituições que, pelo seu mérito e dedicação, contribuíram para o engrandecimento da região. A cerimónia teve lugar na terça-feira, 8 de Abril, no Teatro Sá da Bandeira, em Santarém.
O evento, que se tornou uma tradição enraizada na história do jornal, visa reconhecer publicamente os que, nas mais diversas áreas, deixaram um legado valioso e inspirador. Este ano, foram distinguidas quatro individualidades e outras tantas instituições cuja acção se destacou em sectores fundamentais como a cultura, a educação, a solidariedade, a tauromaquia e a música.
Entre os homenageados, destaca-se a figura de Celestino Graça, a título póstumo, cuja vida se confunde com o desenvolvimento cultural e agrícola do Ribatejo. Nascido em 1914, em Santarém, destacou-se pela sua incansável dedicação à criação e organização de eventos que se tornaram em ícones regionais e nacionais. Foi o principal impulsionador da Feira do Ribatejo – elevada mais tarde a Feira Nacional de Agricultura –, evento de promoção do mundo rural e da cultura ribatejana. Fundou o Festival Internacional de Folclore de Santarém, consolidando a identidade cultural da região e projectando-a para além-fronteiras. A construção da Praça de Toiros Monumental de Santarém foi outro dos marcos do seu legado. A homenagem a Celestino Graça é um reconhecimento pelo contributo decisivo que deu à região, unindo tradição e modernidade. O seu exemplo continua a inspirar novas gerações que encontram na sua obra um modelo de perseverança e visão estratégica.
Também na área da cultura e da música, foi distinguido Custódio Castelo, considerado um dos maiores guitarristas portugueses da actualidade. Natural de Almeirim, este virtuoso da guitarra portuguesa é conhecido pela sua capacidade de inovar, levando o instrumento a territórios musicais pouco explorados, como o jazz e a música clássica. Compositor e intérprete de reconhecido mérito, Custódio Castelo possui uma carreira internacional sólida, tendo colaborado com nomes como Cristina Branco e Jorge Fernando. É, ainda, o fundador da primeira licenciatura e mestrado em guitarra portuguesa em Portugal, criados na ESART – Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco. A sua visão e dedicação são considerados fundamentais para a preservação e valorização da guitarra portuguesa. O seu trabalho tem sido distinguido com diversos prémios e reconhecimentos, sendo unanimemente considerado como uma das principais referências da guitarra portuguesa contemporânea.
A nível cívico e social, o Correio do Ribatejo prestou homenagem a João Luiz Madeira Lopes, cuja actividade como advogado e defensor de causas sociais e culturais é amplamente reconhecida. Figura central na Comissão das Comemorações Populares do 25 de Abril e na promoção da cultura ribatejana, João Luiz Madeira Lopes destacou-se pela sua intervenção pública em prol da democracia, liberdade e justiça. A sua ligação ao movimento associativo e cultural é profunda, nomeadamente através da sua colaboração com o Centro Cultural Regional de Santarém e o Grupo de Guitarra e Canto de Coimbra. A sua intervenção cívica continua a ser pautada por um espírito de independência e dedicação inabalável, servindo de exemplo para aqueles que acreditam num mundo mais justo e igualitário.
No domínio da solidariedade, foi distinguida Maria Emília Rufino, que, ao longo de quase três décadas, liderou o Lar de Santo António, instituição de solidariedade social fundada em 1872. Durante o seu percurso como dirigente, Maria Emília Rufino dedicou-se à formação de crianças e jovens, promovendo valores como a autonomia, responsabilidade e inclusão. Recentemente, deixou a presidência da instituição, mas o seu legado perdura, marcando a vida de várias gerações que beneficiaram do seu trabalho incansável. O seu exemplo de dedicação e resiliência é um testemunho vivo do poder transformador da solidariedade e do compromisso social.
O Grupo de Forcados Amadores de Santarém, fundado em 1915, foi outro dos homenageados. Com uma história de mais de um século, o grupo tornou-se um símbolo de coragem e dedicação na tauromaquia nacional. Ao longo dos anos, manteve viva a arte de pegar toiros, transmitindo essa tradição de geração em geração. A homenagem reconhece não apenas o seu contributo para a tauromaquia, mas também o seu envolvimento em causas sociais e o seu papel enquanto embaixadores culturais do Ribatejo. A resiliência, coragem e espírito de sacrifício dos seus membros são valores que continuam a inspirar o público e a reforçar a identidade ribatejana.
Foi também distinguida a Diocese de Santarém, criada em 16 de Julho de 1975 e que, desde então, tem desempenhado um papel essencial na vida religiosa e social da região. Composta por 113 paróquias e integrando treze municípios do Distrito de Santarém, a diocese celebra este ano o seu quinquagésimo aniversário. Ao longo destas cinco décadas, tem contribuído de forma significativa para a coesão social e para a dinamização cultural e educativa da comunidade. A sua acção estende-se para além do campo religioso, abrangendo iniciativas de carácter social, educativo e cultural que visam a promoção do bem comum.
Com estas homenagens, o Correio do Ribatejo reafirma o seu compromisso com a valorização da história e do património humano da região, reconhecendo aqueles que, pelo seu esforço e dedicação, contribuem para o desenvolvimento e afirmação do Ribatejo. O evento, que será certamente um dos momentos altos da vida cultural da cidade de Santarém, traduz o reconhecimento de um trabalho que, em muitos casos, perdura há várias gerações.