Coruche revive, a 17 de agosto, com rigor documental e histórico, as tradições e a história no Cortejo Histórico e Etnográfico, uma das maiores celebrações culturais das Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo e do Ribatejo. O emblemático evento representa um dos momentos mais aguardados das Festas pela sua riqueza cultural e histórica, prometendo levar milhares de pessoas numa viagem por paisagens, territórios e memórias que definem a essência de Coruche, celebrando o papel do Homem na transformação e na humanização do território. O cortejo, construído com o profundo envolvimento das populações das freguesias, das associações locais e de incontáveis voluntários que asseguram representações fiéis de tradições e costumes coruchenses, é um convite aberto a quem queira testemunhar e participar de uma viagem única pela história e pela cultura de Coruche.

O Cortejo Histórico e Etnográfico regressa com grande destaque nas Festas em Honra de Nossa Senhora do Castelo para transformar as ruas de Coruche num palco vivo de história e cultura. Com início marcado para as 11 horas de 17 de agosto, o evento, profundamente enraizado na comunidade desde 1945, proporciona uma oportunidade única para explorar a riqueza geográfica, as tradições seculares e as memórias das gentes coruchenses. Vinculado ao tema “Território, paisagens e as nossas gentes”, o cortejo de 2024 convida a mergulhar nas transformações que fizeram de Coruche o que é hoje, explorando a interação entre a geografia da região e as suas comunidades ao longo dos séculos.

Da observação da paisagem idílica a partir do Miradouro da Ermida de Nossa Senhora do Castelo às mudanças nas práticas agrícolas e à urbanização resultante do aforamento de terras e da construção da linha férrea, cada representação do cortejo é um testemunho vivo de tradições, memórias e mudanças que fizeram de Coruche o que é hoje. Mais uma vez, as freguesias do Concelho unem-se para dar vida à celebração, apresentando quadros que retratam a história local e representações que prometem cativar os sentidos e avivar memórias. De Coruche, que destaca a importância das icónicas pontes que ligam o território, de tradições como a resinagem e o caiar das casas, e do papel do Rio Sorraia na vida comunitária, à Fajarda, que celebra o povoamento e o aforamento local, da herdade à aldeia, cada quadro do cortejo traz à vida episódios marcantes da história local.

A freguesia de Santana do Mato recorda as vivências da comunidade rural do Monte de Carregais através da formação de comunidades agrícolas e do transporte e venda ambulante de pão, mas também da Escola de Carregais e da caça na charneca, ao passo que a Freguesia de São José da Lamarosa destaca o papel crucial da monda do arroz e do sobreiro na economia local e numa paisagem em evolução, dos campos de cereais à riqueza da floresta. Vila Nova da Erra transporta-nos às fontes e nascentes que alimentam a terra e os moinhos de vento que transformam os grãos em farinha, elementos fundamentais da subsistência local. Já no Biscainho é celebrada a força do regadio e a transformação agrícola decisiva para o progresso graças à obra de rega do Vale do Sorraia, assim como no Couço, onde se forma o rio Sorraia e onde os cortejos de oferendas evocam um passado de solidariedade e devoção, revivendo as travessias do rio e os cortejos de oferendas em benefício do Hospital do Couço.

Por fim, a freguesia da Branca rememora a evolução da comunidade local à luz da história da Associação Juventude União Figueirense, formada em 1948 no terreno agrícola que pertencera ao benemérito Manuel de Sousa Frigideira, que ainda dá nome ao campo de futebol do clube. Ao longo do tempo, a alteração da paisagem do Concelho resulta essencialmente da sua humanização e do papel transformador do Homem através de mudanças significativas na sua estrutura produtiva, económica e territorial, mas mantendo a essência e a resiliência das gentes. O cortejo, sendo uma manifestação cultural e social, assenta nestes princípios, tendo-se adaptado ao tempo e ao espaço, mas cumprindo sempre a sua função histórica e antropológica.

Cerca de mil participantes, provenientes de todas as freguesias e associações do Concelho, reúnem-se anualmente para retratar costumes, usos e tradições que definem as suas terras, fortalecendo uma identidade ancestral que se pretende preservar e acarinhar. O cortejo, destacado como uma das maiores manifestações culturais do Ribatejo, reflete a simbiose entre o montado de sobro e a lezíria verdejante, símbolos de um território moldado pelo engenho e determinação das suas gentes. Neste 17 de agosto, feriado municipal e Dia do Campino do Sorraia, Coruche convida a fazer parte desta viagem inesquecível pelas paisagens e histórias que compõem a sua essência.

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