Os enfermeiros do Hospital de Santarém marcaram uma greve de três dias a partir de terça-feira em protesto contra a “situação grave” provocada pela falta de profissionais nesta unidade de saúde.
Em comunicado, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) afirma que a paralisação foi decidida em plenário, tendo sido dado ao Ministério da Saúde “um prazo limite para a resolução dos problemas identificados que decorrem desta carência”.
Em concreto, o SEP referiu, em ofício enviado à tutela, a “diminuição do rácio por turno, o aumento exponencial do trabalho extraordinário, a abolição dos descansos, a não substituição de ausências por maternidade, por doença e ausências definitivas”.
“Estes factores contribuem para o aumento do absentismo e ‘burnout’ das equipas”, alerta.
Segundo o SEP, no Hospital de Santarém “faltam 100 enfermeiros de acordo com as regras de Dotações Seguras”.
O sindicato afirma que a administração do Hospital de Santarém reportou uma necessidade de 28 enfermeiros para compensar a passagem dos Contratos Individuais de Trabalho (CIT) para as 35 horas de trabalho semanal e de mais 10 para repor as saídas de 10 profissionais entre Outubro de 2017 e Abril último.
“Obrigatoriamente têm de ser admitidos 38 enfermeiros”, afirma o SEP, adiantando que a administração solicitou até ao momento autorização para a contratação de 49 profissionais.
“Como se constata, entre a obrigatoriedade do número de enfermeiros a contratar e as necessidades de acordo com o regulamento da profissão existe uma enorme discrepância. Ainda assim, do Governo, nem uma nem outra!”, afirma o SEP.
A greve inicia-se às 08:00 de terça-feira, estando agendada uma concentração à porta do Hospital pelas 11:00, decorrendo até às 24:00 de quinta-feira, dia em que se realizará, pelas 11:00, um cordão humano com profissionais e utentes.