O aumento dos caudais do Tejo levou à submersão do parque de estacionamento junto ao rio Zêzere, em Constância, e de troços da EN 365 e de uma estrada municipal no concelho de Santarém, disse a Proteção Civil.
Em comunicado, o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém mantém o nível Amarelo do Plano Especial de Emergência para Cheias na Bacia do Tejo, accionado na sexta-feira, devido ao “aumento considerável dos níveis hidrométricos e caudais do rio Tejo, especialmente nos provenientes de Espanha e rio Ocreza”.
Além do alagamento do parque de estacionamento junto ao Zêzere em Constância, que já se verifica desde a manhã de sexta-feira, também a estrada nacional 365, em Ponte do Alviela e em Palhais/Ribeira de Santarém, e a estrada municipal que liga a Ribeira de Santarém a Vale de Figueira ficaram submersas.
“Mantendo-se a situação atual, é previsível que os caudais lançados no rio Tejo se mantenham acima dos 2.000 metros cúbicos por segundo em Almourol, nas próximas horas”, afirma a nota.
Segundo o CDOS Santarém, desde as 02h00 de sexta-feira que os caudais estão acima dos 2.000 metros cúbicos, “constituindo-se como factor de risco muito significativo no galgamento das margens do rio Tejo”.
O maior caudal lançado pelo conjunto das barragens com influência no rio Tejo registou-se às 00h00 de sexta-feira, com 3.085 metros cúbicos por segundo, acrescenta.
Assim, nas próximas horas poderá ainda ficar submerso o parque de estacionamento da Ribeira de Santarém, junto à estação de caminho de ferro, no concelho de Santarém.
Perante a “elevada probabilidade de cheia”, a Proteção Civil recomenda às populações que retirem, das zonas confinantes, normalmente inundáveis, equipamentos agrícolas, industriais, viaturas e outros bens e que levem os animais para locais seguros, retirando os rebanhos que se encontram nas zonas que serão provavelmente inundáveis.
Por outro lado, recomenda que não atravessem com viaturas ou a pé estradas ou zonas alagadas e que se mantenham informados através dos órgãos de comunicação social ou dos agentes de Proteção Civil.
A passagem da depressão Elsa provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou perto de 80 pessoas desalojadas, registando-se entre quarta e sexta-feira cerca de 8500 ocorrências no continente português, na sua maioria inundações e quedas de árvore, envolvendo cerca de 25 mil operacionais.
O mau tempo provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede eléctrica, afectando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.
No balanço das 20h00 de sexta-feira, a Proteção Civil indicou que, apesar do “ligeiro desagravamento das condições meteorológicas” durante o dia, a situação no rio Douro, na Régua, Porto e Gaia, “é preocupante”.
Três distritos (Beja, Faro e Setúbal) mantêm-se com aviso laranja (o segundo mais grave) até às 06h00 de hoje, devido a agitação marítima, enquanto 11 distritos estão sob aviso amarelo por causa de precipitação e/ou agitação marítima, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal este sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.
Os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo. Os distritos do Porto, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga vão estar entre as 21:00 de hoje e as 12h00 de domingo em aviso vermelho, devido à agitação marítima.