O livro “A Taberna do Quinzena – Estudo sobre a motivação e satisfação dos Colaboradores” foi apresentado na tarde deste sábado, no Santarém Hotel, em Santarém.

Da autoria de Victor Colaço, 76 anos, licenciado e mestre em Gestão de Recursos Humanos, o livro é o reflexo da sua dissertação de mestrado na qual o autor estudou a motivação e satisfação dos colaboradores de uma empresa que é uma autêntica instituição em Santarém: A Taberna do Quinzena.

Ao estudo académico acrescentou as histórias de um dos estabelecimentos mais antigos de Santarém que ouviu da boca de quem as viveu e que ele próprio viveu na primeira pessoa e escreveu.

Ao ‘Correio do Ribatejo’ contou como foi o desafio de elaborar esta obra e falou da ligação que mantém, desde criança à Taberna do Quinzena e como tem visto a sua evolução ao longo dos anos: “Quando fiz o mestrado a economia estava em queda livre. A UNICER tinha fechado, a maioria das empresas tinha os trabalhadores insatisfeitos e não aceitaram que fizesse o estudo. Para o estudo ser validado tinha que fazer no mínimo 35 inquéritos. Os inquéritos têm dados estatísticos para se perceber se os trabalhadores estão motivados e satisfeitos. Esta segunda parte é sobre isso. É uma parte de investigação que está validada no âmbito do meu mestrado. Tem toda a biografia dos autores que usei para fundamentar o meu trabalho. A primeira parte é uma caracterização da empresa, e de histórias, baseadas em factos verídicos. Servi-me de algumas entrevistas do Correio do Ribatejo, feitas ao Fernando Quinzena. Este livro é dedicado ao pai dele”, afirmou Victor Colaço ao ‘Correio do Ribatejo’.

A sua ligação ao Quinzena vem desde miúdo: “o meu pai gostava muito de pescar no Tejo e levava-me, estava sempre à espera que eu saísse da escola para ir com ele. Passava sempre pelo Quinzena para levar um garrafão dos pequenos para levar para o Tejo para o petisco. Eu ficava à porta, do lado de dentro à espera que ele acabasse de beber. Metiam-se muitas vezes comigo, a perguntar se não bebia um copo. Às vezes provava, mas não passava disso, que o meu pai dizia logo que eu não podia beber vinho. E havia uma boa relação entre o meu pai e o dono da casa. Comecei por acompanhar o meu pai, e depois quando fui crescendo, comecei a frequentar com os colegas do trabalho, quando despegávamos, à sexta-feira. Era uma casa cheia, tudo a contar histórias e a beber uns copos. Falava-se de tudo e de nada”, lembra o autor da obra.

A obra retrata a evolução do Quinzena ao longo dos tempos, como era antigamente e como é agora.

“O antigo Quinzena não tinha hipótese de sobreviver nos tempos de hoje. Estar a vender só copos de vinho não é sustentável. Naquele tempo dava, mas hoje não dá. Ou fechava a casa, ou evoluía para um restaurante, que foi que fez e muito bem”, refere Victor Colaço.

O lançamento da obra, este sábado, no Santarém Hotel, contou com as presenças do presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, do director do Centro de Investigação Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão, Professor Martinho Vicente Rodrigues, responsável pela edição da obra, de Fernando Batista, actual proprietário da Taberna do Quinzena e de António Fernando Nabo Martins a quem coube a apresentação do livro que todos consideraram revelador da importância que a “instituição” Quinzena tem para a cidade de Santarém e que o autor, Victor Colaço, dedica à memória de Fernando José Batista, pai do actual proprietário, Fernando Eugénio Batista. 

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