Mais de 1650 militares e 200 viaturas de Portugal e Espanha estão envolvidos no Orion21, o maior exercício anual conduzido pelo Exército português no âmbito da NATO, e que decorre até dia 14 em Abrantes, Constância e Vendas Novas.
Neste exercício, apresentado na Brigada Mecanizada do Campo Militar de Santa Margarida, são planeadas e executadas operações de resposta a crises, centradas na componente terrestre, com a finalidade de avaliar e certificar os objectivos de força do Exército, em ambiente operacional de cariz conjunto e combinado, associados com compromissos internacionais da NATO, Nações Unidas e União Europeia.
Apesar da redução do número de países envolvidos no exercício internacional, relativamente a outros anos e devido à pandemia de covid-19, o Orion21 evolui de um exercício de um dia com fogos reais em 2020 para um plano com 1652 militares no terreno desde o dia 1 de Maio, com forças ligeiras, médias, pesadas e operações especiais, entre outras, recriando nas diferentes áreas diferentes tipologias de cenário de intervenção militar, disse o director do Exercício, Brigadeiro-General Valente Marques, no Campo Militar de Santa Margarida, no concelho de Constância (Santarém).
Segundo aquele militar, que também comanda a Brigada Mecanizada, a separação geográfica dos locais – Abrantes/Santa Margarida e Vendas Novas – decorre do facto de se estarem a treinar “diferentes tipologias de forças, com missões distintas, com objectivos diferentes e, consequentemente, em cenários distintos”, com a Unidade Táctica de Operações Especiais localizada na Brigada Mecanizada e a Componente Terrestre da Força de Reacção Imediata no Regimento de Artilharia 5, em Vendas Novas.
Os exercícios envolvem 1652 militares, dos quais 160 espanhóis, e centram-se na intervenção a desempenhar num cenário que recria um território ocupado ilegalmente por forças beligerantes, e um outro de descontaminação Nuclear, Biológico, Químico e Radiológico (NBQR) para avanço das forças de manutenção de paz no terreno.
Por outro lado, e “com menos interacção do que o habitual com as populações” devido à pandemia, a montagem das bases militares nas povoações, nomeadamente de Bemposta (Abrantes), e nos campos militares em Vendas Novas e Santa Margarida, vai ao encontro dos novos cenários de empenho das forças fora do território nacional, dentro das povoações e dos ambientes urbanos, desenvolvendo capacidades nesse sentido mas não recriando este ano as interacções com os alunos das escolas ou o apoio médico às populações, notou o responsável.
O Brigadeiro-General Valente Marques destacou ainda o processo de treino para elevada prontidão no âmbito dos compromissos nacionais ao nível da resposta inicial a situações de crise ou catástrofe, no âmbito do Apoio Militar de Emergência, apoio a operações de apoio civil, protecção e/ou evacuação de não combatentes e de cidadãos nacionais em áreas de tensão ou crise, ajuda humanitária, e extracção, protecção ou reforço de contingentes e forças nacionais destacadas, entre outros.
O exercício Orion21, que conta este ano com a participação de mais de 200 viaturas, das quais 113 blindadas e 25 carros de combate, será encerrado dia 13 de Maio com a realização de um evento que inclui a demonstração de uma operação ofensiva com as forças participantes, as quais executarão tiro real, directo e indirecto, com os sistemas de armas principais (carros de combate, artilharia, viaturas de combate infantaria).
O Orion21 destina-se a treinar e avaliar as diversas capacidades do Exército em operações multinacionais, bem como para certificar a Brigada de Reacção Rápida para operar em ambiente multinacional – as típicas missões da Aliança Atlântica – de que Portugal é país fundador.