A Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) vai rejeitar as novas competências previstas nos diplomas da descentralização, mesmo as que incidem sobre matérias que tem vindo a gerir, como os fundos comunitários, por falta de unanimidade dos municípios.

Pedro Ribeiro, presidente da CIMLT, disse hoje que a maioria dos 11 municípios que integram a comunidade (dez do distrito de Santarém e um, Azambuja, do distrito de Lisboa) votaram favoravelmente a transferência para esta entidade das competências relativas aos projectos financiados por fundos europeus e programas de captação de investimento (à excepção de Alpiarça e Benavente, ambos de maioria CDU), e à promoção turística (recusada por aqueles dois municípios e ainda por Santarém, este de maioria PSD).

O facto de não haver unanimidade, confirmada na Assembleia Intermunicipal realizada na quarta-feira, obriga a que a CIMLT comunique a rejeição das quatro competências intermunicipais incluídas no primeiro pacote de diplomas, sobre o qual tem de se pronunciar junto da Direcção-Geral das Autarquias Locais até sábado.

Pedro Ribeiro afirmou respeitar a “decisão política” da CDU, mas lamentou que ela obrigue a CIMLT a rejeitar, para já (a assumpção torna-se automática em Janeiro de 2021), uma função que desempenha “há 25 anos”.

Esta foi, aliás, a segunda comunidade intermunicipal do país a gerir fundos comunitários.

O autarca disse esperar que a decisão não tenha reflexos na negociação do próximo quadro comunitário.

A CIMLT tem vindo a gerir no território uma parte do financiamento comunitário atribuído à Comissão de Coordenação Regional do Alentejo (que integra para este fim), o que permite que os autarcas da região “conversem uns com os outros e ter um desenvolvimento muito mais harmonioso”, disse o também presidente da Câmara Municipal de Almeirim.

Os municípios e entidades intermunicipais têm até sábado para comunicar a rejeição em relação a 11 dos 15 diplomas sectoriais já publicados, no total dos 21 diplomas aprovados pelo Governo no âmbito da lei-quadro da transferência de competências para autarquias e entidades intermunicipais – num processo gradual de descentralização entre 2019 e 2021 –, faltando ainda aprovar o decreto de novas atribuições das freguesias.

Os 15 diplomas sectoriais já publicados abrangem a transferência de competências, para as autarquias, nas praias, jogos de fortuna ou azar, vias de comunicação, atendimento ao cidadão, habitação, património, estacionamento público, bombeiros voluntários e justiça, cultura, protecção e saúde animal e segurança dos alimentos, e, para as entidades intermunicipais, na promoção turística e fundos europeus e captação de investimento. Para ambas vão passar também competências na saúde e na educação.

As entidades intermunicipais podem ainda assumir novas atribuições no apoio a bombeiros voluntários e justiça, enquanto as freguesias também podem receber responsabilidades no atendimento ao cidadão.

As autarquias e entidades intermunicipais que não quiserem assumir em 2019 as competências dos decretos sectoriais publicados terão de o comunicar à Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL), a maioria no prazo de 60 dias após a respectiva data da publicação e entrada em vigor, após decisão dos respectivos órgãos deliberativos.

Leia também...

Empresas turísticas de Castelo de Bode iniciaram processo de certificação

Empresas que desenvolvem atividades turísticas na albufeira da barragem de Castelo de…

Governo dá mais um mês aos proprietários para que limpem os terrenos

O Governo prorrogou por um mês, até 31 de Maio, devido à…

José Mira Potes toma posse como presidente do Politécnico de Santarém

No próximo dia 10 de Setembro, pelas 15h30, realizar-se-á a tomada de…

MAI lembra que é necessária declaração para sair do concelho de residência

O Ministério da Administração Interna (MAI) lembrou os portugueses que tenham de…