O Festival da Sopa da Pedra, em Almeirim, foi ontem inaugurado, ao final da tarde, no Parque das Tílias, numa sessão que contou com intervenções de Francisco André, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros; José Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR); Pedro Ribeiro, presidente do Município; António Cavaco, vice-presidente da Federação das Confrarias Portuguesas; e de Luís Manso, grão-confrade da Confraria Gastronómica de Almeirim.

Francisco André considerou Almeirim “um sítio de paragem obrigatória” para se provar a sopa da pedra e o Festival “o maior elogio que se pode fazer a uma das actividades centrais desta região que é a agricultura, mas porque alia isso a uma nova actividade económica em Portugal e que leva o nosso nome bem alto por esse mundo fora que é a gastronomia portuguesa, um activo económico do nosso país que nós devemos cada vez mais valorizar”, salientou.

Para Francisco André, este festival é “uma confluência entre agricultura, gastronomia e turismo”. Uma trilogia que segundo o membro do governo “ilustra bem o dinamismo económico, a força e a ambição desta região e que eu gostaria de enaltecer”.

O secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros desafiou a Confraria Gastronómica e a Câmara de Almeirim a “assegurar que uma parte deste Festival se possa realizar, no próximo ano, fora das fronteiras de Portugal”, sugerindo a ambos, Câmara e Confraria, “a necessidade de se encontrar um país, de preferência com uma diáspora portuguesa forte, para replicarmos lá uma parte do Festival para fora das nossas fronteiras e dar a conhecer por esse mundo fora aquilo que é a Sopa da Pedra de Almeirim”, concluiu.

Por sua vez, Pedo Ribeiro, presidente da Câmara Municipal de Almeirim, recordou o facto da Sopa da Pedra ter recebido, no ano passado, no Festival, a certificação da especialidade tradicional garantida, anunciando “outra novidade” para a edição deste ano, que consiste em que todo o pão servido “são as nossas ‘caralhotas’ que estão num processo de certificação que já é IG em Portugal e pretende ser IGP com o reconhecimento de Bruxelas, para além do nosso melão”, disse.

O presidente da Câmara de Almeirim garantiu ainda que, “no próximo ano”, a Confraria já terá a sua nova sede junto ao IVV e aí poderá ter um espaço “com muito mais dignidade e mais capacidade para desenvolver a sua actividade”.

Já José Santos, presidente da ERTAR classificou a ‘Sopa da Pedra’ como “um ícone gastronómico do país”.

“É genuinidade, é autenticidade, aliada a um trabalho de certificação que em boa hora foi promovido pela Câmara Municipal de Almeirim, com o apoio da ERTAR e o que temos aqui é um excelente cartaz turístico que é também um momento de encontro da comunidade local e dos ribatejanos, mas também um momento que projecta a imagem externa de Almeirim para outros pontos do país”, notou.

O presidente da ERTAR manifestou o desejo de, no futuro, o Festival se possa ligar em rede a outros eventos ligados á gastronomia e que possa integrar o calendário de eventos do Ribatejo que a Entidade de Turismo irá lançar na próxima Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).

Já António Cavaco, vice-presidente da Federação das Confrarias Portuguesas, saudou as Confrarias presentes no Festival, referindo que são elas a defesa e a notoriedade dos apontamentos gastronómicos, do produto da terra, do território, da identidade cultural, e da história”.

“Uma confraria não é uma oportunidade de negócio, uma confraria não se mede pelas quantidades de comida, mede-se pela qualidade, mede-se pelo produto, mede-se pelo esforço e sobretudo pelo objecto”, afirmou.

Frisando que a Confraria Gastronómica de Almeirim merece “todo o respeito e toda a notoriedade, na defesa do território e dos produtos endógenos, na dinamização deste evento”, António Cavaco lembrou ao secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros que “a Federação das Confrarias Portuguesas precisa de um contracto programa, e de apoios efectivos que as possam projectar. São um dos elos mais fortes do turismo e é por aí que temos de continuar”, disse.

Luís Manso, grão-confrade da Confraria Gastronómica de Almeirim destacou a novidade desta edição, a substituição dos “chef’s consagrados” pelas Confrarias nos espaços diários de ‘show cooking’, um facto aplaudido por todos os que usaram da palavra.

O Festival da Sopa da Pedra de Almeirim decorre até domingo, 3 de Setembro, no Parque das Tílias, contando com concertos de Carolina Deslandes, Miguel Azevedo e as tasquinhas entregues a associações locais, nomeadamente, o Orfeão de Almeirim, a Universidade Sénior de Almeirim, os Bombeiros Voluntários de Almeirim, o Rancho Folclórico de Benfica do Ribatejo, Associação Cultural e Etnográfica Gentes de Almeirim, União de Veteranos de Almeirim e o FIFCA.

Este ano, além da tradicional sopa da pedra e dos concertos, o evento organizado pela Câmara Municipal de Almeirim e pela Confraria Gastronómica de Almeirim, com entradas gratuitas, inclui artesanato e sessões de ‘show cooking’ a cargo das Confrarias presentes: Confraria Gastronómica da Sopa Caramela, Confraria da Chanfana, Confraria Nabos e Companhia, e Confraria Gastronómica da Pateira. Este ano, o Município convidado é o de Ponta Delgada que trará a Almeirim, no dia 2 de Setembro, demonstrações culinárias daquela cidade açoriana, pela mão da sua Confraria Gastronómica.

Ontem, primeiro dia do evento, actuou uma banda de tributo aos Xutos e Pontapés. Miguel Azevedo sobe hoje ao palco do festival e Carolina Deslandes, sexta-feira, 01 de Setembro. A noite de sábado, 2 de Setembro, será dedicada ao Folclore, com as exibições do Rancho Típico Cantarinhas de Nisa, Grupo Etnográfico Danças e Cantares da Nazaré, Rancho Folclórico de S. Mamede de Negrelos e o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Almeirim, seguido da actuação dos ‘Smells Like 90’s e M Simões.

A encerrar o festival, no dia seguinte, actuará a banda Entre Amigos.

A Sopa da Pedra de Almeirim recebeu em 2022 o estatuto de Especialidade Tradicional Garantida da União Europeia, tornando-se no segundo produto no país com este reconhecimento.

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