O corpo do historiador Joaquim Veríssimo Serrão foi hoje, dia 3 de Agosto, a enterrar no Cemitério dos Capuchos, em Santarém.
Antes da ida para a sua última morada, realizou-se uma cerimónia de homenagem a Joaquim Veríssimo Serrão, pelas 9h30, na Igreja da Piedade (um desejo manifestado em vida pelo Professor), presidida por D. José Traquina, Bispo de Santarém.
A missa de corpo presente de uma das personalidades mais marcantes da História de Portugal no séc. XX contou com a presença de familiares, amigos e entidades públicas.
Recorde-se que, o historiador Joaquim Veríssimo Serrão, de 95 anos, morreu na passada sexta-feira à noite, 31 de Julho, num lar em Santarém.
Joaquim Veríssimo Serrão, cuja vasta obra de investigação não está desligada do entendimento da História como encruzilhada do saber humano, assume-se como uma das figuras marcantes da historiografia e da vida académica portuguesas da segunda metade do século XX.
Animado pelo amor ao ofício de historiador e orientado pela procura da inteligibilidade dos fenómenos históricos – que na sua obra envolve aturado estudo e conhecimento das fontes documentais – dedicou especial destaque à presença dos humanistas portugueses na cultura europeia de Quinhentos, à história local, com particular atenção por Santarém, à formação do Brasil, assim como à historiologia portuguesa e às figuras axiais da vida política portuguesa nas últimas décadas do Antigo Regime e início do Liberalismo.
Joaquim Veríssimo Serrão, natural de Santarém, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas em Coimbra, em 1948 e foi leitor de Cultura Portuguesa na Universidade de Toulouse (1950), onde se doutorou. Entre 1967 e1972 dirigiu o Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian, em Paris.
Foi reitor da Universidade de Lisboa (1973), cargo de que foi exonerado, a seu pedido, em 1974. Da sua vasta produção destacam-se A Historiografia Portuguesa. Doutrina e Crítica (1972-1974), História de Portugal (12 volumes, 1977-1994) e Marcello Caetano – Confidências no Exílio (1985).
Recebeu os prémios Alexandre Herculano (1954) e D. João II (1965). Desde 1977, publicou uma História de Portugal da sua inteira autoria.Professor Catedrático Jubilado da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi presidente da Academia Portuguesa da História, entre 1975 e 2006.
Recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias de Ciências Sociais, em 1995. A 9 de Junho de 2006 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
O Jornal Correio do Ribatejo lançou na sexta-feira, 3 de Julho, uma Edição Comemorativa de Homenagem e Reconhecimento ao seu antigo colaborador, Joaquim Veríssimo Serrão, que no dia 8 de Julho, completou 95 anos de vida. Um homenagem que pode ver aqui.
O Correio do Ribatejo endereça à família enlutada as mais sentidas condolências.
“Uma perda imensa que nos deixa sem mais palavras neste momento imensamente triste. Obrigado Senhor Professor Joaquim Veríssimo Serrão por tudo o que deu ao Correio do Ribatejo e a Santarém”, refere o director do Jornal Correio do Ribatejo.