A administração das empresas Rodoviária do Tejo, Rodoviária do Oeste e Rodoviária do Lis afirma que a adesão no primeiro de dois dias da greve convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários é de 34,6%.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP, afeto à CGTP-IN), a paralisação convocada entre as 00:00 de hoje e as 24:00 de sexta-feira, em reivindicação do aumento do salário e de unificação das regras de trabalho nas três empresas, teve uma adesão, neste primeiro dia, de cerca de 90%.
Em comunicado, a administração das empresas que operam nos distritos de Santarém e de Leiria afirma que estão em curso negociações entre a associação que representa os transportadores rodoviários de pesados de passageiros (ANTROP) e as estruturas sindicais, “visando chegar a acordo, entre outros aspectos, sobre a actualização salarial a aplicar no mês de Março, conforme estipulado no Contrato Colectivo em vigor”.
A administração afirma que a ANTROP apresentou uma proposta numa reunião realizada no passado dia 26 de dezembro e que está agendada uma nova reunião negocial para o próximo dia 25, “tempo necessário para a consulta aos trabalhadores por parte das estruturas sindicais”.
“As condições remuneratórias aplicadas pelas empresas são as que decorrem do Contrato Coletivo, sendo possível a todos os trabalhadores não abrangidos pelo mesmo, solicitar a sua adesão com efeitos imediatos”, afirma o comunicado.
A empresa afirma que garante aos trabalhadores que não pretendam aderir ao Contrato Coletivo “uma atualização salarial a efetivar-se no momento habitual (julho), com aplicação de uma taxa de aumento superior à inflação e superior à atualização tarifária aplicada no setor dos transportes públicos rodoviários de passageiros”.
Numa concentração que reuniu ao final da manhã de hoje, em Lisboa, pouco mais de uma centena de trabalhadores, Miguel Castelão, do STRUP, disse à Lusa que a adesão rondava os 90%, “com grande predominância dos trabalhadores motoristas”.
Miguel Castelão afirmou que o sindicato apresentou uma proposta de aumento de salários à empresa, lamentando que esta canalize a resolução do problema para a ANTROP.
“Estamos a falar de salários que rondam os 609 euros de um salário base de motorista e isto é inqualificável”, disse o sindicalista, que apontou ainda a desregulação do horário de trabalho a que estão sujeitos, bem como o investimento que são obrigados a fazer para obterem a licença que lhes permite trabalhar (entre 3.000 e 4.000 euros).
Os trabalhadores já tinham realizado uma greve de dois dias no final de novembro, pelos mesmos motivos.
As três transportadoras pertencem ao grupo Barraqueiro e à Transdev (que este ano detém a presidência), numa proporção de 49% de participação cada uma, com os outros 2% a pertencerem à empresa-mãe, a Rodoviária do Tejo.