Num futuro não muito distante, Santarém vai dispor de um grande complexo desportivo, que beneficiará bastante a população e, sobretudo, os alunos dos estabelecimentos de ensino da cidade, que não dispõem, actualmente, de ginásios, campos ou qualquer local onde possam praticar desporto.
A construção do complexo iniciar-se-á por fases, apenas sejam resolvidos todos os problemas, ainda em suspenso, quanto a terrenos, pois a maioria dos proprietários das zonas abrangidas não se decidiu ainda a vender os terrenos ao Município. Por enquanto, só dois proprietários chegaram a acordo com a Câmara, alias, segundo nos disse o presidente do Município, em condições absolutamente vantajosas para eles.
O complexo inclui um estádio, com a capacidade de dez mil lugares, apetrechado com um campo de futebol, andebol e râguebi e pista de corridas e saltos e para lançamentos de peso, disco, martelo e dardo; um campo de treinos (num dos terrenos já cedidos à Câmara); um pavilhão gimnodesportivo; um conjunto de piscinas, com uma piscina coberta e uma piscina descoberta para adultos e uma outra para crianças; três campos de ténis, quatro campos de basquetebol e quatro de voleibol, um campo de andebol de sete e um campo polivalente, para prática de patinagem, hóquei em patins, futebol de salão, etc. Reservar-se-á ainda uma área para a construção de um mini-golfe.
O complexo terá ainda vários parques de estacionamento, mas um pouco afastados do estádio, para não congestionar a área, e foram também já planeados os acessos. Aliás, do plano previsto faz parte o prolongamento da Avenida Afonso Henriques, o que descongestionará também a Estrada Nacional 3.
“O anteprojecto está já aprovado e estou convencido de que teremos um subsídio, depois de serem resolvidos os problemas dos terrenos. Aliás, temos procurado salvaguardar os interesses dos proprietários, porque não queremos ir para a solução compulsiva da expropriação de utilidade pública.
No entanto, tem havido dificuldades em chegar a acordo com os proprietários, apesar do projecto ser da maior utilidade e benefício para toda a população da cidade” afirmou-nos, ainda, o sr. João Marcelino de Noronha Azevedo.
Por outro lado, o projecto não envolve apenas o complexo desportivo e inclui a expansão do campo da Feira Nacional da Agricultura e a construção de um mercado – modelo de gados – uma necessidade que se faz sentir bastante, na mediada em que o concelho é o maior marcado do Pais de gado bovino e ovino e o principal fornecedor da Região de Lisboa.
Nestes últimos aspectos, parte do problema foi já resolvido com a compra de três terrenos paralelos à Estrada Nacional nº 3, que permitirão alargar bastante o recinto do grande certame que Santarém todos os anos realiza.
“A população há muito tem desejo de ver dotada a cidade com infra-estruturas desportivas e, por minha vontade, começava hoje mesmo a construi-la. Mas não depende de nós e sim da compreensão dos proprietários dos terrenos. E os campos, o pavilhão gimnodesportivo, as piscinas fazem uma falta enorme, sobretudo às crianças (cerca de cinco mil) que frequentam os estabelecimentos de ensino de Santarém e que quase nem têm locais para fazer ginástica, quanto mais para praticar qualquer desporto. O projecto é um pouco ambicioso, em relação às possibilidades da Câmara, mas não vamos fazer tudo ao mesmo tempo e pensamos dar prioridade às piscinas, ao pavilhão gimnodesportivo e ao campo de treinos.
E este, depois de concluído, servirá temporariamente de campo ao União de Santarém, até à conclusão do estádio, pois o campo actual não tem quaisquer condições…”.
O projecto, realmente grande, “dorme” há bastante tempo, enquanto crescem as necessidades da cidade quanto à prática desportiva. Entretanto espera-se que os restantes proprietários de terrenos mostrem a mesma compreensão dos que já concluíram o acordo de venda, de modo a Santarém ficar dotada com um conjunto desportivo à altura da sua condição de capital de distrito.
(Do “Diário de Notícias”).
(In Correio do Ribatejo de 3 de Fevereiro de 1973).
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