O Hospital de Santarém reconheceu a falta de médicos no Serviço de Medicina Interna, situação que afirma ser “transversal aos hospitais do SNS” e que, apesar dos esforços, não conseguiu alterar até ao momento.

Em reação ao comunicado divulgado hoje pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), segundo o qual 80% dos médicos de Medicina Interna do Hospital Distrital de Santarém (HDS) entregaram minutas de escusa de responsabilidade, dadas as “situações muito preocupantes” que se vivem naquele serviço, o Conselho de Administração (CA) assegura que “sempre zelou pela qualidade dos cuidados prestados e a segurança dos seus utentes e profissionais”.

“O HDS debate-se com carência de recursos médicos no Serviço de Medicina Interna, o que nunca deixámos de referir, realidade transversal aos hospitais do SNS [Serviço Nacional de Saúde] e que, apesar de todos os esforços deste CA, não foi possível até ao momento alterar”, afirma a administração liderada por Ana Infante.

O HDS salienta, numa nota enviada à comunicação social, que “sempre que existem dificuldades na constituição das equipas de urgência e/ou grande afluência de utentes, é solicitado às entidades competentes (CODU, SNS24, ARSLVT) o encaminhamento de doentes para outros hospitais da rede”, situação “que tem sido amplamente noticiada a nível regional e nacional”.

No comunicado publicado hoje no seu ‘site’, o SIM refere a falta de médicos internistas e de assistentes hospitalares de Medicina Interna, “manifestamente insuficientes em número para permitirem a constituição diária, de acordo com as ‘leges artis’, das equipas de Serviço de Urgência (SU) bem como do necessário acompanhamento dos doentes internados no horário disponível para tal”.

Sublinhando que o serviço de Medicina Interna “não se esgota na Urgência externa e no internamento, assegurando também outras valências como sejam a consulta externa, hospital de dia e urgência interna”, o sindicato afirma que as “falhas/faltas nas escalas desta última sobrecarregam ainda mais a equipa” do Serviço de Urgência (SU).

“As escalas de SU, já de si frequentemente deficitárias, são ainda agravadas pela necessidade de serem os elementos destas equipas a muitas vezes assegurem os transportes inter-hospitalares”, acrescenta.

Por outro lado, afirma que a falta de médicos de outras especialidades nas Urgência, nomeadamente de Ortopedia, sobrecarrega ainda mais a equipa de Medicina Interna.

O sindicato acusa, ainda, o Conselho de Administração do HDS de criar “artifícios” para “se furtar a cumprir a lei e pagar horas extraordinárias”, através de “bancos de horas”, que, “por não estarem previstos na Lei, desaparecem da contabilidade hospitalar”.

No comunicado emitido hoje à noite, o HDS desmente esta afirmação, assegurando que “sempre pagou as horas extraordinárias realizadas pelos seus profissionais, de acordo com a legislação em vigor”.

“Este CA sempre zelou pela qualidade dos cuidados prestados e a segurança dos seus utentes e profissionais, prática que não deixará de ter no cumprimento da sua missão enquanto hospital do SNS”, acrescenta.

Leia também...

Surto em Lar de Abrantes com sete óbitos está “estabilizado”

Um surto por covid-19 que infectou cerca de 80 utentes e funcionários no lar da Santa Casa da Misericórdia de Abrantes já causou sete…

Um milhão de toneladas de alimentos são desperdiçadas, todos os anos, em Portugal

É já amanhã que se assinala o Dia Internacional da Consciencialização Sobre Perdas e Desperdício Alimentar, decretado pela ONU, pela primeira vez, a 29…

Município de Sardoal reforça presença na Bolsa de Turismo de Lisboa

O Município de Sardoal vai estar presente, pelo oitavo ano, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), com o intuito de apresentar e promover…

Incêndios: Cerca de 50 concelhos em perigo máximo 

Cerca de 50 concelhos dos distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Santarém e Faro estão hoje em perigo máximo de…