A Igreja Católica está preocupada com a falta de habitação com que se confrontam os imigrantes em Portugal, com o “bairro de lata” a surgir de novo como solução para algumas pessoas.

O alerta foi deixado nos trabalhos da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que hoje terminou em Fátima, pelo bispo de Santarém, José Traquina, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, que chamou a atenção para o papel da Obra Católica Portuguesa das Migrações (OCPM) no acolhimento, defesa e integração de pessoas estrangeiras em Portugal.

Segundo informação disponibilizada no comunicado final da Assembleia Plenária, “há organismos da Igreja a procurar corresponder às necessidades, mas sempre em cooperação com a organização do Estado na identificação, coordenação e orientação das pessoas migrantes estrangeiras que chegam a Portugal, sobretudo as que chegam fora do quadro legal das migrações”.

De acordo com os alertas deixados por José Traquina, “há estrangeiros residentes em Portugal que entram em ansiedade e ilegalidade por os serviços não actualizarem a tempo o seu requerimento de ‘visto’ de permanência”.

Este sublinhado surge em paralelo com a manifestação de preocupação da Igreja Católica pelos efeitos da crise económica na sociedade portuguesa, apelando à adoção de medidas para atenuar as carências das famílias.

Na Assembleia Plenária da CEP, foram manifestadas as “preocupações sociais” do episcopado católico português “quanto às graves dificuldades por que passam os cidadãos, famílias e instituições”.

Segundo o comunicado lido pelo secretário da CEP, padre Manuel Barbosa, “as medidas adoptadas para atenuar as carências de rendimentos das pessoas e famílias, que não são estruturantes, deveriam seguir o critério da proximidade para assegurar a justiça”.

“O aumento das taxas de juro e o cumprimento das obrigações junto dos bancos fizeram aumentar o número de famílias em dificuldade, a perturbação social tem desestabilizado o normal funcionamento da vida das pessoas, é desejável que seja encontrada a solução para os problemas relativos à escola (professores), à saúde (médicos, enfermeiros e gestão dos hospitais) e aos transportes públicos, em prol do bem comum”, acrescentou.

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