A cidade do Entroncamento é, a seguir a Santarém, a que mais peregrinos acolhe para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) na Diocese de Santarém, disse hoje o coordenador do Comité Organizador Diocesano (COD).
Ricardo Conceição, o padre que lidera o COD de Santarém, disse à Lusa que os 12.300 a 12.500 peregrinos que vão ser acolhidos na Diocese (uma das três de acolhimento, a par de Lisboa e de Setúbal) vêm de países como França, Polónia, Espanha, Brasil, Cabo Verde e Angola, mas também de vários países de língua inglesa e alguns alemães.
A seguir a Santarém, que receberá 4.188 jovens no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), o maior centro de acolhimento do país, a cidade do Entroncamento prepara-se para alojar 1.830 peregrinos em espaços coletivos e famílias.
Há ainda cerca de 200 peregrinos que ficarão com famílias de acolhimento e outros que serão acolhidos em espaços coletivos de várias entidades do concelho ou que ficarão em hotéis e alojamentos locais.
Ricardo Conceição atribui o elevado número de inscrições neste pequeno concelho à dinâmica da comunidade, com 50 famílias de acolhimento e 150 voluntários, mas, sobretudo, ao facto de ali ficar uma estação de comboios de grandes dimensões e na qual confluem várias linhas férreas.
“Esses peregrinos vão usar sobretudo o comboio”, disse o coordenador do COD Santarém à Lusa.
Seguem-se, com mais inscrições, as cidades de Tomar, Torres Novas e a vila de Riachos, Cartaxo, Salvaterra de Magos, Almeirim, Alpiarça, Chamusca, sendo que, em toda a diocese, haverá mais de 600 famílias a acolherem jovens.
“Temos famílias muito generosas, que se disponibilizaram para receber mais de dois peregrinos (número mínimo)”, algumas seis, oito, dez, estando o COD a “distribuir de forma equitativa, conforme as necessidades de cada cidade”, adiantou.
Para Ricardo Conceição, o facto de as inscrições terem sido metade do projetado, tanto para a diocese como a nível nacional, “pode ter a ver com vários fatores, como a inflação, a guerra na Ucrânia, dificuldades várias, nomeadamente económicas”, salientando a criação de um fundo de solidariedade para apoiar os peregrinos de países mais pobres e o projeto das Igrejas Irmãs.
Tendo ido com um grupo de jovens à Jornada que se realizou em 2011 em Madrid, Ricardo Conceição sublinha que estar na “logística, organização, preparação e acolhimento” daquele que é “o maior evento que o país já acolheu” é “outra coisa”.
A experiência, disse, “tem sido muito feliz, apesar de todas as dificuldades, todos os problemas, todos os imprevistos que vão aparecendo”, pela “grande generosidade e vontade de ajudar” tanto da equipa diocesana (COD), como das vicariais, paroquiais, famílias de acolhimento e o vasto conjunto de entidades envolvidas, desde municípios, forças de segurança, instituições de saúde, entre muitas outras.