O fotógrafo e ambientalista José Freitas lançou, na sexta-feira, 1 de Dezembro, na aldeia ribeirinha das Caneiras, em Santarém, o seu novo livro de fotografia “Aves no Ribatejo e Alentejo”, uma obra com 256 páginas e cerca de 330 fotos, retratando mais de duas centenas de espécies sobre da avifauna destas duas regiões.
Quatro anos depois de “Aves no Ribatejo”, lançado em Julho de 2019, José Freitas deu à estampa uma obra com mais espécies fotografadas e uma maior preocupação com a estética fotográfica. “É um processo de evolução natural, que segui, como seguem muitos dos que dedicam o seu tempo à fotografia da vida selvagem”, refere o autor.
Segundo José Freitas este livro não pretende ser um guia de aves, nem tem a pretensão de ser um livro científico: “é apenas um livro de fotografia que mostra as aves, identificando-as com o nome comum, nome científico, estatuto de ameaça e habitat. Caracterizam-se sumariamente os habitats onde as aves ocorrem. Revelam-se algumas curiosidades sobre algumas espécies, explicando-se, de forma simples, algumas particularidades comuns a todas as espécies”, afirma.
A obra assume-se, também, como um contributo para que as pessoas tomem consciência da necessidade da preservação do ambiente: “as pessoas, de certa maneira, estão despertas para isso, mas não sentem necessidade de fazer algo por isso. Não têm conhecimento do estado real do que os rodeia”, afirmou ao Correio do Ribatejo.
“Todos sabemos que as alterações climáticas se estão a fazer notar. Há muitas coisas que podemos fazer para que as coisas mudem. As vezes são pequenos gestos que fazem diferença”, resume.
Este livro é, precisamente, o tal pequeno gesto que pode fazer diferença na forma como as pessoas olham para a avifauna: “é uma pequena parte do que posso fazer de um todo que eu acho necessário. Se cada um fizer a sua pequena parte conseguimos fazer o que é preciso”, diz, peremptório.
A obra foi apresentada por Luís Ferreira, técnico superior do Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) um dos maiores especialistas em avifauna do país, o livro teve prefácio de Vasco Gracias, diretor executivo do CNEMA, e a sessão de apresentação contou ainda com Miguel Castanho, cientista do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa, cunhado e amigo do autor, e do presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves.
José Freitas agradeceu a colaboração de todas as entidades que permitiram a realização do livro, em particular às corporações de Bombeiros Sapadores e Voluntários de Santarém.
José Freitas é também responsável pelo “Abrigo Salgueiro Maia”, um posto de observação de aves implementado num terreno da ex-Escola Prática de Cavalaria.
“O objectivo daquele observatório foi de fotografar, ter um ponto fixo e ver que espécies podiam ocorrer. E o que é certo é que já lá encontrámos espécies que não era suposto encontrar. Temos 85 espécies registadas e fotografadas ali, num único ponto”, relata.
Para além disso, está envolvido no projecto “Santarém Ninhos”, no âmbito do programa Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), que visa promover e desenvolver, junto da comunidade da educativa, processos de consciência ambiental colectiva através da aprendizagem de conhecimento sobre o ciclo de vida das aves.
“O objectivo da conservação passa sempre pelos jovens, porque são eles que irão fazer alguma coisa amanhã. Já não vamos ser nós. Iniciamos esse projecto mais do que para conservação das espécies: foi numa perspectiva didáctica de mostrar que se podia fazer alguma coisa. Colocar nas escolas, metendo os jovens a controlar os ninhos, isso acaba por despertar interesse para a situação”, conta.
Depois do sucesso de “Aves no Ribatejo”, que esgotou os 1.800 exemplares em poucos meses, “Aves no Ribatejo e Alentejo” está agora à venda na loja Micromineiro, no Sacapeito, e na Livraria Garret, na rua 1º de Dezembro, ambas em Santarém, podendo em breve ser adquirido em lojas como a Bertrand.